firedup

Felizmente o fenómeno das cheerleaders ainda não está, para já, enraizado em Portugal. Não acho que demore muito a avançar, tal como o Halloween ou o dia dos namorados. Há até uma equipa de basebal federada na Associação Académica de Coimbra, por isso as cheerleaders devem ser o próximo passo lógico, em paralelo com os dedos de esponja gigantes e os cachorros quentes sem pão. Pessoalmente detesto cheerleaders. Dá ideia de que se nos distraímos nos arrancam os tomates à dentada. Não por serem violentas, mas porque são gajas que precisam de orientação constante para desempenhar as suas tarefas em segurança.

Fired Up é um daqueles filmes tipificados e altamente estereotipados que parte de uma situação imoral, neste caso dois engatatões que usam as mulheres apenas para sexo, e vai desembocar num final moralista e apaixonado. Neste caso os engatatões vão para um campo de cheerleaders para um festival de berlaitada e acabam apaixonados, com casamento marcado, com a sua masculinidade severamente diminuida e perfeitamente integrados na equipa de cheerleaders. Um banho do mais insuportável moral.

Ou isto ou qualquer coisa do género, uma vez que estou a preencher as partes que fiz fast forward. Confesso que não demorei mais de 15 minutos para o ver e mesmo assim foram 15 minutos que ninguém de devolve. Com as décadas de experiência que fui adquirindo desde que comprei o meu VHS Panasonic em 1986, ganhei uma técnica que me permite assimilar o conteúdo de filmes menos bons sem ter que passar a agonia de os ver de princípio ao fim. Um filme menos bom detecta-se perfeitamente entre os 5 e os 10 minutos. Às vezes logo no início. Ou pelo título.

É um filme com um brilho intestinal que usa a bandeira da badalhoquice, sexo e nudez como método para atraír gentalha sala adentro, mas que não cumpre nada a que se propõe, além de um tédio quase mortal para aquelas pessoas que não têm coragem de carregar no botão de stop ou se “recusam a sair da sala porque compraram o bilhete e já agora querem ver como isto acaba“. Um vizinho da minha avó morreu assim. Tiveram que o raspar de uma cadeira do antigo Girassolum no fim do Paciente Inglês…