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Barbarella (1968)

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O que é um filme de culto? Bem, um filme é considerado de culto quando reune um grupo de pessoas sem vida social para o ver o maior número de vezes que conseguem, e se possível, bêbedos. São aquele filmes antigos (e por vezes recentes) que fazem vibrar pessoas de óculos de massa e com quantidades massivas de tempo livre. Lembro-me de um filme que via com exaustão. Chamava-se “Green Slime” e era uma ópera halucinogénica dos anos sessenta com monstros verdes do espaço e gajas de mini-saia. Cada vez que alguem me dizia “Mas isto é uma merda!“, eu respondia com o cerimonial “Amigo, isto é um filme de culto“. Isto provocava sempre um aliviar de situação em que a outra pessoa dizia “Ah, Ok!” e voltava a adormecer.

Barbarella é um filme de puro gozo. Produzido em pleno Flower Power, das drogas livres e do sexo em grupo, do tempo em que ainda não se sabia que a pílula contraceptiva de 1ª geração iria provocar cancro na mama 25 anos depois. Desde os ambientes hippies até aos personagens deliciosamente sixties, tudo é um regalo para o olho.

No futuro de Barbarella já não há sexo. As pessoas simplesmente tomam um comprimido (um cada pessoa), unem as mãos e têm aquilo que parece ser um orgasmo. Barbarella é enviada para mundos selvagens, onde ainda se fode à canzana e, ao que parece, gosta. Gosta tanto ao ponto de se esquecer que tem que salvar o planeto do maléfico Duran Duran. E que bela que é Barbarella. Jane Fonda era um bom pedaço de carne, bem diferente daquele androide de plástico seco e cara retorcida que é agora.

A acção foleira e efeitos especias feitos à base de alguidares coloridos pendurados por fios acabam por ser secundários. Assim como o próprio argumento ou mesmo a banda sonora, que é uma coisa tão má que só pode ser bem compreendida com 2 metros quadrados de LSD debaixo da língua.

Estava a ser preparado um remake com Roberto Rodriguez, mas uma discussão acerca da actriz que iria interpretar Barbarella provou ser um entrave definitivo para o projecto, sendo que de momento se encontra em Pause

PS:  Cuidado a ver este filme com a sogra… Vão precisar de algum tempo a pensar em futebol até se poderem levantar sem se notar o Bollycao no bolso das calças.

4 Comments

  1. Cine31

    “o Bollycao no bolso das calças” começa logo a notar-se na sequência inicial em que a “astronauta” muda de ropa. Que diga-se a verdade, foi a unica cena do filme que vi…ainda.

    A cantora Jem tem um video que “homenageia” essa cena antológica (ena, o “antológica” fz logo um gajo parecer culto!) aqui no Youtubas: http://www.youtube.com/watch?v=hBKvOu5TTdo JEM – They (Space Version)

  2. P.

    Há mesmo um tipo chamado Duran Duran?

  3. pedro

    Sim, o mau da fita chama-se Dr. Durand Durand. Aliás, foi a este vilão que Simon Le Bon e os amigos foram buscar o nome.

    In the film, Barbarella is assigned by the President of Earth to retrieve Doctor Durand Durand from the planet SoGo in order to save the earth.

  4. castor

    eu diria que é a sequência inicial que faz com que o filme seja de culto. não fosse isso, ninguém dava um chavo pelo filme.
    digo eu, bá.

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