alientrespass

Imaginem a abertura de um restaurante com grande pompa publicitária e quando as pessoas correm aos magotes para lá jantar o cozinheiro diz: “Contemplem a grande novidade, a tosta mista!”. E a malta com olhar desconfiado perguntava: “Com manteiga?“. “Não…” responde o cozinheiro. “Olha que merda!“, responde a populaça, “Agora até já as fazem de atum e em pão alentejano. Os maricas até as comem com ananás.” Ao fundo um cidadão irado grita “Uma hora para fazer uma tosta? Fica sabendo, meu paneleirinho, que já vi uma máquina automática que as faz em 30 segundos…” Ao que o cozinheiro responde “Mas é uma homenagem com os meios de 1956…”

Obviamente que este cozinheiro seria de imediato marinado e frito sob a forma de panado, ou no caso de uma pena mais suave, alcatrão e penas. Mas o certo é que Alien Trespass é isto mesmo. É um filme que saiu este ano, foi feito o ano passado e tem a narrativa, aparência e meios de um filme de ficção científica feita nos anos 50, uma desnecessária repetição de cinema que já existe em excesso e que é, invariavelmente, terrível. É o tipo de filme que apenas se torna suportável com substâncias que alterem a percepção.

Até aos 20 minutos ainda acreditei que pudesse haver algo mais do que aqueles personagens 2D e os cenários de fórmica. Mas não. Acaba por falhar ao tentar ser uma homenagem e ao tentar ser uma paródia. Acaba por ser nada, uma imensa perda de tempo apenas compensada com a existência dos botões FF e STOP.