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Land Of The Lost (2009)

landlost

É certo que eu destilo bastante veneno àqueles que gerem a indústria cinematográfica em Portugal. Falo da industria da distribuição, claro, porque não existe mais nenhum tipo de industria cinematográfica por cá. Mas se na maior parte das vezes as suas estratégias de distribuição nos fazem morrer mais um bocadinho por dentro, outras raras vezes saem acertadas. Os dois mais recentes exemplos dessas decisões são a recusa de estrear Land Of The Lost e Year One nos nossos ecrans, poupando hordas de cinéfilos incautos de ir ao cinema com as namoradas e que na hora de comprar o bilhetes tomam decisões com a cabeça da gaita. Mas não nos excitemos com esta súbita aptidão cultural dos distribuidores, porque até um relógio parado está certo duas vezes por dia…

Will Ferrell interpreta o mesmo personagem que sempre interpretou em toda a sua vida. Um tipo idiota que se tem em grande estima mas que o mundo vê como um traste. Todas as suas acções são interpretadas pelo mundo exterior como algo feito por uma pessoa com grande défice mental, enquanto o próprio as vê como obras de génio. Até que no fim há uma gaja que se apaixona por ele por ser “engraçado e ligeiramente retardado” e lhe dá uma queca de misericórdia. E é isto que o nosso personagem faz.

O argumento é um aglomerado de toda a idiotice sci-fi que meia dúzia de macacos ganzados conseguiram enfiar numa arroba de páginas. Como uma colecção de autocolantes de ficção científica que sai no Bollycaos colada num frigorífico: dinossauros, extra-terrestres em formato lagarto, homens das cavernas lado a lado com a ponte de San Francisco, dimensões alternativas com portais multidimencionais  em vidro que simulam o efeito sonoro de Cher em “do you believe in love after love”, etc. O efeito Saturday Night Live sente-se nalgumas falas que podem ser interpretadas por algumas pessoas como “humor”. Pelo menos um tipo primitivo e rudimentar de humor. O peido, o arroto, atirar tartes ou a eterna escorregadela em casca de banana estão representados neste filme.

É horrivelmente unidimensional, o que se torna bastante chato para um filme que lida com várias dimensões e universos paralelos. Tipicamente Will Ferrell e companhia, o que significa que se esquece muito rapidamente. Isto tendo em conta que se esteve com atenção durante o filme. Eu perdi uns 20 minutos quando fui ao microondas buscar a minha sandes de chourição e queijo derretido e quando voltava ao sofá entornei meio copo de água pé no tapete de pele de urso que tenho no hall de entrada.

Land of the Lost é um remake de uma série dos anos 70 que, confesso, nunca vi. Aliás, só tomei conhecimento dela depois de ter visto o filme. Mas isso também não interessa nada porque, pelo que li, a única semelhança está no título. Mas o que é que isso interessa?!

3 Comments

  1. CINE31

    A série dos 70s não vi mas via a dos anos 90 http://en.wikipedia.org/wiki/Land_of_the_Lost_%281991_TV_series%29

    Na altura parecia bom para a mente de um teenager…

  2. Pedro Pereira

    Seria aquela série com uma estonteante loira de grandes glândulas mamárias normalmente armada em Tarzan?!

  3. pedro

    Estava aqui afogado em trabalho e pensei: “hey, deixa-me investigar estar questão das séries Land Of The Lost”. Há realmente um remake da série nos anos 80. Encontrei um video no Youtube com os três genéricos, o original de 73, um de 76 e o de 91.

    http://www.youtube.com/watch?v=-MP8JJ23QL4

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