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Final Destination 4 (2009)

Todos nós temos uma história de infância em que havia perto do nosso grupo de amigos uma gaja que tinha ido para o hospital com uma garrafa de Coca-Cola enfiada na rata que não saía por causa do vácuo. Na minha terra havia uma versão spin-off do mesmo mito urbano. Um puto a quem chamavam o “piça de zebra” que alegadamente terá ficado entalado com a gaita numa garrafa vazia de lixívia e os fumos químicos ainda existentes provocaram uma descoloração na gaita que lhe deu a alcunha supra citada. Como tudo na adolescência, a realidade e a ficção estão entrelaçados fortemente de modo a que o LSD perto daquilo é uma pálida pastilha de paracetamol.

E Final Destination é assim também, não uma piça descolorada, mas um mito urbano que tem sido modificado, reconstruído e alterado até ao ponto de já nada nos interessar porque vamos ali só para ver as mortes. Eu sou grande fã de Final Destination, quero dizer, era grande fã. Se até ao volume 3 da saga o divertimento e ambiente descomprometido do franchise era uma brisa de ar fresco e intenso gore, nesta versão 3D o filme resume-se a uma aborrecida sucessão de mortes elaboradas e altamente improváveis.

Sim, eu também lá vou para ver as mortes, não sou nenhum escuteiro, mas enquanto nos outros as mortes eram docemente inseridas num guião brainless teenie weenie, neste nem isso temos. Apenas a certeza de que uma morte cheia de CGI irreal irá ocorrer nos próximos momentos. Eu disse certeza? Não, desculpe, incerteza. Porque nunca sabemos se é uma morte se é um premonição ao estilo manhoso do argumentista ronhão do “Afinal era tudo um sonho! Ou não… Ou era?!

Eu não vi no cinema em 3D, vi em glorioso HD. Mas de glorioso é apenas a resolução, porque nota-se que o filme foi feito para ver em 3D. A conversão para 2D provoca aquelas cenas idiotas do costume como um interminável arsenal de coisas a disparar na direcção da câmara que na ausência do equipamento 3D se torna aborrecido e repetitivo.

Pouco imaginativo, preguiçoso mesmo, a viver dos rendimentos dos seus predecessores. Se isto é uma maravilha financeira para os cofres dos estúdios é uma maneira bem detestável de gastar umas coroas aos incautos cinéfilos que o escolhem na esperança de passar uns bons momentos de descontracção, se possível seguida da copos e badalhoquice.

8 Comments

  1. bruno

    por acaso gostei bastante do 2º
    mas este nem o vi todo, e o 3º… já não me lembro bem…

  2. Arapuk

    Acho que só vi o 1º e o 2º e até gostei. Mas como é costume, o que é demais enjoa e não vi mais nenhum… também gostei do nome da imagem que puseste!

  3. pedro

    Quem diz a verdade não merece castigo!

  4. castor

    vi o primeiro. e ri-me.

  5. Sara

    Yap, dinheiro deitado ao lixo. Para mais foi mais caro por ser em 3D.

  6. P.

    Eu vi o primeiro. De resto já só me lembro de que as mortes eram estúpidas. Este 3D preferi ignorar. De qualquer das maneiras, óptimo parágrafo de introdução à crítica. Fico só com uma dúvida: o rabo da foto também entra no filme?

  7. pedro

    O rabo da foto entra no filme e é, definitivamente, a melhor cena do filme. E em 3D então deve ser um must…

  8. Eduardo

    Desculpa lá, mas tens que escrever um argumento com o piça de zebra como protagonista principal, ou como sidekick retardo-cómico do protagonista principal

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