Desde 24 de Junho de 2003

Gigantic (2008)

E por falar em actrizes que detesto, apresento-vos mais um filme com Zooey Deschanel. Essa actriz que baseia toda a sua carreira nuns grandes olhos azuis e ar de cachorrinho triste, e cujo único personagem que faz é a teenager inconsciente alheada do mundo, que destila encanto e filosofia Zen de herdeira rica que não precisa de trabalhar. No final do post anexarei um foto para que possam comprovar com os vossos próprios olhos aquilo que tentei explicar sem grande sucesso. E se há característica que possa definir este filme é a sua extrema leveza que o torna quase numa memória reprimida que não sabemos bem ser sonho ou realidade. É como acordar ao lado de um prostituta morta depois de uma noite de excessos, com uma dor aguda ao fundo das costas que pode explicar a cicatriz daquilo que parece ser a extracção de um rim por processos artesanais, sem grande memória do que aconteceu na noite anterior.

Gigantic é o filme boff por excelência. Não é que o odeie, nem que ache ser um desperdício de tempo, nada disso. É filme de fácil esquecimento. Como o todos os filmes de Julia Roberts depois de Pretty Woman ou os filmes de Bruce Willis que não sejam Die Hard ou Sixth Sense. São filmes que toda a gente já viu, mas ninguém se lembra. Mas enquanto que os filmes de Julia Roberts e Bruce Willis são compostos por elementos daquilo a que convencionou chamar “Merda”, Gigantic é composto por elementos típicos do cinema independente americano da veia mais Lynchiana light, exagerando no exotismo, excentricidade e nas situações pouco usuais, deixou ficar de fora uma coisa muito importante num filme: uma narrativa.

Fazer um filme independente não é apenas trazer uma vaca sonsa como a Zooey para frente de uma câmara, dois cangurus a jogar à sueca e um cowboy a depenar uma galinha na praia fluvial do Tabuão. É preciso um enredo que faça de fio condutor. Este filme é apenas um aglomerado de actores como a malfafada Zooey, o imenso John Goodman e Paul Dano, o aspirante nº 98 a Michael Cera. O nosso herói tem um sonho que é adoptar uma criança chinesa, a agredido quase diariamente por um sem abrigo que pode muito bem ser imaginário. Vende camas e um dos seus cliente (Goodman) só viaja deitado num carro adaptado que mais parece uma carreta funerária. A sua família é disfuncional, como aliás todas as outras incluindo as nossas. A família de Zooey, essa vaca deslambida com carências ao nível do talento, também não se pode definir como funcional. E toda esta esquisitice sem um fio condutor, uma história que nos mantenho fora do ciclo do sono profundo.

O cachorrinho triste

3 Comments

  1. Mike

    Little Miss Sunshine, There Will be blood…Vejo mais o Michael Cera com posters do Paul Dano que ao contrário. Apesar de não gostar muito da cara de enjoado dele, parece sempre que passou a noite anterior a ultralevur, mas acho que prefiro isso ao arzinho do Cera. Comentário um bocado random, e by the way, este é um dos melhores blog de cinema que para aí anda

  2. Nekas

    Podes não gostar da actriz mas em (500) Days of Summer fez uma escolha acertada na sua carreira!
    O filme é deveras surpreendente e fascinante. Uma obra sublime.

    Abraço
    http://nekascw.blogspot.com

  3. Bruno

    Gigantic?
    não conheço, nem tenho o mínimo interesse por isso… mas a tal Zooey… gosto de ver gajas com esse ar em filmes porno

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