Desde 24 de Junho de 2003

What Happens In Vegas (2008)

Domingo à tarde. Almoço de família. Depois das 17 sobremesas finalmente chegamos ao sofá. As crianças brincam e gritam ao nosso redor. Umas torturam animais de estimação, outras incendeiam os cortinados. Da cozinha ouvem-se os gritos de protesto “Vocês são uma merda! Em vez de nos ajudarem a arrumar, vão directos para o sofá.” A TV bloqueada na SIC. O controlo remoto longe do alcance dos braços. Enquanto termino a minha água com gás na esperança de uma digestão pacífica, lá está ela. Como nos tem habituado aos domingos à tarde, Cameron Diaz em cuecas…

Cameron Diaz tem vindo a interpretar o mesmo personagem em incontáveis comédias românticas, vulgo “filme de gaja”. É o personagem que interpreta, por exemplo, no Charlie’s Angels. Uma loira desinibida, danada para a brincadeira, com tendências sexuais amplas que podem muito bem envolver dois jovens garanhões em simultâneo ou uma colega de trabalho, e com uma tendência incontrolável de andar de cuecas no ecrã. Eu não tenho nada contra isso, muito pelo contrário. Mas será suficiente recompensa para aguentar os usuais 100 minutos de clichés e templates de um filme que já vimos 1000 vezes?

Claro que não. Além desta natureza explosiva, selvagem e adorável, Diaz não tem mais nada de útil para contribuir à sétima arte. E prova disto é este “What Happens in Vegas” que é tão horrível que nem das partes em que estive acordado me lembro. Mas basta ver a capa do filme para perceber que é um casal que tem as suas tropelias cómico-românticas que vêem a sua relação a ser aprofundada involuntariamente e no final, depois de uma violenta briga, ficam juntos para sempre. Ou até um deles apanhar o outro com o padeiro/senhora da limpeza (ou ambos).

Isto para dizer o quê? Poupem-nos de mais comédias românticas com a Cameron Diaz. Aliás, poupem-nos de mais comédias românticas. E a todos aqueles que dizem que não somos obrigados a ver, que podemos simplesmente ignorar a sua existência para continuar pacificamente a nossa vidinha eu digo: “Pau no cu!” Quem quer beijinhos, abraços, contacto sexual e uma ou outra ocasional badalhoquice extra do sexo oposto sabe que tem que gramar a agonia da comédia romântica de tempos a tempos.

3 Comments

  1. Nekas

    Essas palavras dizem tudo…

    Gostei, particularmente, da última frase…

    O que nós fazemos por mulheres…:)

    Abraço
    Cinema as my World

  2. Tio Jay

    o incrível é que com esta crítica fiquei a perceber a história

  3. ArmPauloFerreira

    Passei para (re)ver a foto da Diaz… mas a tua deixa final “gramar a agonia da comédia romântica de tempos a tempos” é demolidora.
    Não tenho nada contra este filmes… aliás acho que devem de existir pois cumprem uma função. Agora não são filmes para os cinéfilos sérios (e nem falo dos cinéfilos de elite – a esses nem os filmes bons satisfazem pois criticam tudo como mau) e isso todos nós já sabíamos.

    Muito honestamente tenho uma certa crush pela Cameron Diaz, pois acho que é raro o filme dela que não tenha visto (também não é difícil – passam todos na TV facilmente) e olha que gradualmente gosto cada vez mais dela como actriz, que faz com aparente facilidade as comédias românticas mas quando é chamada a fazer algo mais sério tenho gostado de a ver (não é de excelência mas gosto de a ver).
    Sim e se aparecer em cuecas ainda melhor!

    Obs: A subscrição dos comentários daqui, não nos chegam com links do post pra o podermos visitar de novo directamente… aliás nem tem sequer link do blogue… e os comentários chegam abreviados (impedindo de ler as participações e reacções). Obriga a depois ter de fazer pesquisas para voltar a encontrar o artigo.
    É mesmo “xunga” assim.

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