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MacGruber (2010)

Por muito amante do cinema que se seja, há sempre que ponderar o que se assoma perante nós. Quando um filme se insere num determinado template percebemos claramente o rumo que os acontecimentos vão tomar. Temos duas opções. O filme é bom e queremos ter o prazer de o ver todo ou dá para perceber que vai ser o mais degradante espectáculo que alguma vez vomitado por um ecran. Apesar do tempo perdido parecer relativamente inócuo à altura em que o gastámos estupidamente, um dia vamos estar a sobrevoar o Atlântico e o piloto avisa que o avião se vai despenhar em chamas numa zona infestada de tubarões e pensamos em tudo o que podíamos ter feito e não fizemos e no tempo de perdemos em idiotices. E esse filme que falei anteriormente vai martelar a nossa consciência até ao limite máximo da exaustão, até que a última tíbia seja deglutida pelo sistema digestivo de um jovem tubarão branco com ambições de liderança.

E um desses filmes que ameaçam fazer desaparecer tão precioso tempo é MacGruber. Mas eu adiantei-me e passados 20 minutos abandonei o seu visionamento entre um ou outro impropério às produções adaptadas do Saturday Night Live e como sou idiota ao pensar que desta vez iria ser um bom filme. São saudades do Wayne’s World, a única adaptação SNL que merece vénia.

Ora, pelo pouco que vi, MacGruber é um spoof que mistura um McGyver com o Rambo e um toque de libidinoso de Austin Powers. Passada esta introdução de personagens parece-me uma oblonga e tediosa sequência de sketchs que têm como denominador comum a punch-line, repetido até à exaustão como se o seu público alvo fosse o protagonista do Memento ou dois macacos expulsos de um laboratório de testes cosméticos por motivo de incompetência e falta de empenho.

De saudar a cena de sexo, que tem piada mas não atinge nenhum nirvana humorístico. Vejam no YouTube. Ou melhor, deixem que a transporte para aqui para que a vossa perda de tempo seja minimizada e quando estiverem a ser comidos por tubarões no meio do Atlântico, rodeados por pedaços de avião em chamas e cadáveres de executivos, possam dizer “Sim, o Pedro é realmente um gajo porreiro por todo o tempo perdido que nos poupou.

6 Comments

  1. Leinad

    Essa cena fez-me lembrar uma outra cena de Porkys no cemitério. Sabem do que estou a falar, certo? Isto é só refencias lol

  2. Fantomas 2.0

    «São saudades do Wayne’s World, a única adaptação SNL que merece vénia»
    Então e o magnífico Blues Brothers do John Landis?

  3. pedro

    É interessante teres falado nos Blues Brothers, porque ainda esta semana o revi, na edição especial da Criterion. Também tenho que falar nele um dia destes.

  4. Miguel C.

    Sem dúvida valeu mais a pena a leitura deste desabafo do que propriamente o visionamento do filme.
    Good job!

  5. VB

    Esta é das melhores cenas do filme?!? Epa, oh Pedro, perdi aqui minuto e meio da minha vida que nunca mais recupero!

  6. Peter Gunn

    olha pedro fico já à espera então dessa critica ao mitico Blues Brothers… filme ao qual devo em grande parte o meu nick… =)

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