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A Very Harold & Kumar 3D Christmas (2011)

Imensas discussões têm incendiado a Internet acerca de qual será a versão masculina do filme de gaja. Será o filme de acção? O porno? O bromance? A comédia escatológica? O disaster movie? Na minha opinião, nenhum destes. A versão masculina do filme de gaja é, indiscutivelmente, o stoner movie. Porque é que as mulheres adoram comédias românticas? Porque projetam todas as fantasias e sonhos que nunca verão concretizados, porque as ajuda a acreditar num futuro melhor, um futuro onde não apanhem de cinto, não sejam trocadas pela mamalhuda que trabalha com o namorado ou num futuro em os seus companheiros não lhes forcem dedos no anus. O stoner movie é o pináculo da fantasia masculina. Uma vida livre de compromissos e aborrecimentos mundanos, onde cada um cede apenas aos seus instintos mais básicos sem se preocupar com dinheiro, problemas conjugais e familiares, saúde ou pormenores legais. Seja sexo e drogas ou Playstation e Coca-Cola, sejam mulheres, homens ou cavalos, seja escalar os Himalaias ou passar fins de semana no sofá a ver estática com preguiça de levantar o rabo para mudar de canal. É o sexo masculino primordial.

E eu nunca resisti a nenhum stoner movie. Ainda está para aparecer um filme com uma dupla de drogados imbecis que eu rejeite. Harold e Kumar não são excepção. Já os sigo desde Harold & Kumar Go to White Castle (2004) e o genial Harold & Kumar Escape from Guantanamo Bay, em 2008. Se não estão a ver do que estou a falar talvez os títulos portugueses, bastante elucidativos e fieis ao original, vos possam esclarecer: Granda Moca, Meu! e Granda Moca, Meu! A Fuga!. Pontos de exclamação incluídos.

Nos tomos iniciais encontramos filmes sem medo de ir mais além, sem fronteiras morais a definir o que tem ou não tem piada. Aliás, o próprio Neil Patrick Harris tem aqui a sua primeira aparição neste tipo de papeis, o ladykiller. O percursor de Barney. Note-se que a expressão ladykiller não é figurativa.

E a fórmula é tem sido sempre a mesma. Marijuana com fartura e seja o que Deus nosso senhor quiser. Um autêntico regabofe que não respeita convenções, uma orgia (figurativa e literal) de nonsense, a falta de respeito pelo próximo e o apelar ao mais negro que existe no nosso instinto de autopreservação.

Devo dizer que este último, que é título deste post, não me entusiasmou particularmente. Preocupados demais em mostrar as façanhas do 3D e com um argumento que parece requentado de ontem, cheio tiros ao lado e oportunidades perdidas. Nem o skecth Neil Patrick Harris teve grande piada.

Aconselho os dois primeiros, que devem ser vistos sem as companheiras. Já chegam as acusações diárias de falta de maturidade, de eternas crianças ou alegações de incapacidade em praticar com seriedade tarefas de adultos. Vejam ás escondidas e se forem apanhados digam que é porno… com animais… mortos…

1 Comment

  1. cine31

    Odiei profundamente o “…Guantanamo”. A minha versão masculina de filmes de gaja é coisas com tiros e explosões, não filmes de drogados engraçaralhos que no fundo é uma piada única repetida indefinidamente. gosto mais de explosões repetidas indefinidametne…

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