Red-State

Todos nós odiamos os Estados Unidos da América como odiamos o nosso dealer, sentimos um revoltante repúdio mas não conseguimos deixar de consumir os seus produtos. Basta ver as notícias com regularidade para perceber que ideologicamente alguma coisa está diabolicamente distorcida do outro lado do Atlântico, seja porque houve mais um puto a dizimar duas turmas do liceu ou porque foi adoptada mais uma medida belicista de agressão externa para permitir que os preços do petróleo se mantenham constantemente em valores altíssimos. Apesar de ninguém resistir aos encantos belicistas deste belo povo que não abdica do ocasional incesto com fins reprodutivos, é na religião que aparecem as maiores barbaridades. O seu Deus é baseado num conceito muito elástico que se parece moldar perfeitamente em redor do seu modo de vida ao mesmo tempo que conjura as labaredas do sétimo patamar do Inferno para todos os que não concordem com o American Way of Life. E é este terreno pantanoso das barbaridades feitas à sombra da religião e de um Deus castigador que Kevin Smith nos apresenta, numa América profunda, ignorante e fortemente racista. Sem Silent Bob nem nenhum Clerk, apenas a frieza de uma fé punitiva e de uma guerra que põe frente a frente dois tipos de insanidade diametralmente opostos mas igualmente devastadores.

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