The Visit (2015)

Há cerca de duas dezenas de anos saiu uma NewsWeek cuja capa é hoje motivo de chacota em todo lado que se fala de cinema. Dizia “M. Night Shyamanigans: Next Spielberg”. É verdade, procurem no google. Hoje isto pode soar a exagero, mas na altura tinha algum fundamento. M. Night Shimantics tinha acabado de realizar Sixth Sense e meio mundo tremia orgasmicamente perante aquele fim. Uau, carago, U-A-U! Este homem estava preparado para tomar o planeta de assalto. Ainda realizou Unbreakable com algum fulgor e começou a perder gás com Signs. Toda a gente queria gostar daquele filme, mas era merda. Já o gajo vivia do twist. “Ai ó pá, o twist”. Depois saiu Village e por esta altura já toda a gente se preocupava mais em procurar o caralho do twist do que ver o filme com atenção. Aliás, Midnight Shynanigans é provavelmente o assassino do twist narrativo em cinema. Já parece mal dizer twist, parece uma artimanha manhosa como dream sequence ou deus ex-machina. Mas não é, o twist tem arte e se procurarem há belas lista de frondosos filmes com twist. Agora chamam-lhe “reveal” para não se confundirem com a escumalha dos twist. Ora, a carreira do nosso amigo indian-american haveria de ver dias terríveis. The Lady in the Water, The Happening, The Last Airbender e After Earth arrastaram-no para a lista dos “realizadores putéfia“, os chamados tarefeiros. Bem pagos, grandes orçamento, o habitual freakshow ambulante que é a promoção de blockbusters. Porém o nosso amiguinho castanho-claro acabava as noites a chorar em posição fetal. “Valha-me Shiva e Ganesha. Tanto talento desperdiçado, meus deuses!” pensava. E com razão. O controlo artístico era-lhe completamente removido. Muito glamour, é verdade. Mas os filmes eram hediondos e o seu rabo latejava constantemente pela sodomia corporativa de que padecia diariamente.

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