São várias as ocasiões em que sou violentamente molestado por jovens cinéfilos de sangue quente que tendem a levar os pequenos prazeres da vida muito a peito. Normalmente porque falo mal de um filme em que pensaram ver a cura de todas as suas moléstias emocionais ou simplesmente gostaram do artista que mata o mau. Ora, quando o pessoal diz à boca cheia que sou um calhau com elevados sintomas de acefalose, incapaz de interpretar conceitos abstratos ou que “era vir um comboio em contra-mão e levar-te”, eu só tenho a dizer que provavelmente têm razão. No entanto, como aqueles que por aqui passam sem ser para ver os artigos que envolvem porno sabem, eu não sou um crítico de cinema. Sou apenas um gajo que aqui se senta ocasionalmente para escrever sobre filmes. Longe de mim almejar tão nobre ocupação. Um plebeu de gama de entrada não pode fazer parte da Schutzstaffel da cinefilia. O que define um crítico de cinema? Que capacidades terá esse guerreiro da luz de possuir para que as suas palavras não sejam meramente um escoar de verborreia indecifrável rumo ao esquecimento?

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