Sempre tentei ser eclético, não embarcando apenas na cinematografia hollywoodiana e odiando outras cinematografias com a mesma intensidade. Tenho uma relação de amor / ódio com a cinematografia francesa. Historicamente poderá ser considerada a mão de todas as cinematografias, em diferentes eras e contextos. Actualmente é muito boa na vertente drama e cinema urbano e terrivelmente pueril e infeliz no que diz respeito a comédias mainstream. Como em tudo há excepções mas vamos ignorá-las por razões meramente estatísticas.

Esta semana vi Sheitan, um misto de filme de terror com cinema rural francês, com elementos sub-urbanos bastante característicos do cinema alternativo francês (vide La Haine). É um projecto pessoal de Vincent Cassel, que se aventura nos reinos da comédia negra satânica.

Apesar do potencial, pensei que iria ser muito mais perturbador. Acaba substituir o choque por comédia negra e o embate social de jovens delinquentes sub-urbanos com o estereotipo do pastor com problemas mentais a viver numa sociedade algures entre 1876 e 1908.

É um filme curto que eu recomendo, não no sentido cultural, mas no sentido do brainless fun. Deixo aqui o trailer que induz um bocado em erro pelo excesso de sexo que acaba por ser exactamente na mesma quantidade do que no filme propriamente dito.