Paradise Now é um filme do tipo “O Outro Lado”. Mas que tipo é esse? É quando somos confrontados com uma visão interna de algo que estamos habituados a ver de fora. Como é o caso da guerra do Iraque vista por iraquianos, o ataque de Pearl Harbour vista por japoneses ou mesmo o desembarque na Normandia vista por alemães. Nós estamos habituados a julgar coisas com base na informação parcial que recebemos e o caso do conflito da Palestina é bastante pungente, uma vez que a única coisa que a TV ocidental nos mostra são miúdos às pedradas, viúvas e mães chorosas ou grandes multidões a queimar bandeiras .
Mas, obviamente, as coisas não são assim tão simplistas. Neste filme somos levados a viajar pelo dia a dia de uma comunidade árabe que mora do outro lado e trabalha em Israel. Somos confrontados com o drama diário dos controles policiais de fronteira, a violência psicológica exercida contra o povo palestiniado, pessoas com opiniões próprias e diferentes da vulgar corrente Jihad.
Mas ainda assim, Hany Abu-Assad não envereda pelo lado da lágrima fácil ou da vitimização. Usa um inteligente modo de narrativa que nos mostra que apesar de parecer fácil a resolução do conflito, afinal as coisas não são tão simples como parecem. Nunca cai no facilitismo e mantém o cinéfilo sempre em confronto com os seus próprios preconceitos ou opiniões formadas à custa de muito ver o Nuno Rogeiro e o Zimmerman.
Apesar de tudo isto, Hany Abu-Assad dá-nos um final difícil e duro de engolir. Os actores são de uma naturalidade impressionante e sente-se a vida a fluir nas sequências do dia a dia palestiniano.
É um filme pouco político, ao contrário do que seria de esperar. Diria mesmo que não é directamente político, porque esta temática é dificil de separar da política e, como diz o Nuno Rogeiro quando vem do cabeleireiro, geo-estratégia.
O Nuno Rogero é o maior palerma da televisão…
quem é o Nuno Rogeiro?
Obrigado pela dica. Parece-me um interessante filme.
faltou o “Chewbacca à Sexta” desta semana!
o teu blog anda a ser pouco actualizado…