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Um maneira de fazer a análise sociológica de um povo é através dos seus filmes de ficção científica. Neste género cinematográfico são projectados os medos, anseios, esperanças da época em que o filme é feito. Além disso servem frequentemente para mensagens políticas (subliminares ou descaradas) projectando as críticas nos extra-terrestres, sociedade distópicas ou safardanas totalitaristas. Outra maneira de analisar uma sociedade em determinado ponto do tempo é através do remake do “Invasion of the Body Snatchers” produzido na altura. Podem escolher 1956, 1978, 1993, 2007! E irá continuar, os historiadores do futuro contam com isso.

Posto isto resta dizer que este filme é terrível, é mau, é tão aborrecidamente isento de emoções que nos leva a pensar que o filme em si foi assimilado por extra-terrestres. É um criminoso desperdício de recursos humanos. Nicole Kidman já ganhou aqueles quilinhos que lhe faltavam e merecia uma melhor exposição. Ao menos que a pusessem semi-nua ou, porque não, nua. Os actores passeiam-se pelos cenários como baratas tontas, como se procurassem instruções de um realizador a sério. É o derradeiro não-filme.

A razão porque não páro imediatamente de escrever é um pequeno incómodo que me ficou do filme, a sua mensagem. Toda a gente sabe o que se passa aqui. Extra-terrestres tomam posse dos corpos dos terrestres para contruírem uma próspera sociedade alienígena usando os nosso rico planeta. O problema é que o filme mostra a evolução da invasão através de sucessivos noticiários de TV em que se fala de paz no mundo. À medida a sociedade é assimilada vão acabando todas as guerras. E neste filme é passada a mensagem de que, para se ser humano, se precisa de guerra e violência. Toda a gente respira de alívio quando é retomada a guerra no Iraque, no Médio Oriente, genocídios em África, escaramuças na América do Sul. Uff!, diz o incauto cinéfilo, “finalmente somos de novo humanos! Para festejar este milagre da humanidade, vamos invadir o Irão e nada melhor que uma chuvinha de ogivas nucleares para a festa do cogumelo”.