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The Walking Dead

Estreou finalmente a série The Walking Dead. Depois de meses de espera eis que nos chega a casa o episódio piloto e é tudo aquilo que poderíamos esperar. Uma fotografia de excelência, um cuidado especial com os cenários, um estilo de filmagem muito cinematográfico, uma produção superior que honra a BD que lhe deu origem. Ora a BD que lhe deu origem é assunto que não vou tocar porque, só aqui entre nós, ninguém gosta de chicos espertos que comparam o livro com o filme, principalmente se não leram o livro. Eu já desisti (recentemente) desses exercícios pouco produtivos de análise cinematográfica. Mas no que diz respeito à série de TV The Walking Dead, estamos perante o início de uma bela amizade.

Desde que ouço falar desta adaptação que tenho especulado acerca do nível de violência que os produtores iriam adoptar. É que quando se trata de Zombies a coisa rapidamente foge dos standards de uma confortável noite de TV em família, a não ser que se trate da família Addams. Decapitações, sangue às baldadas, intestinos fora do seu ambiente natural, fígados a voar, tiros de caçadeira a pulverizar crânios e crianças assassinas famintas de carne humana. Ora isto não é algo que se veja nas Desperate Housewives nem na novela das 9. Daí a minha curiosidade. E aplaudo desde já o tratamento cinematográfico adulto que foi adoptado, muito por causa de se tratar de um canal de cabo independente (é, não é?).

Mas no melhor pano cai a nódoa e quando toda a gente elogiava a FOX por se prontificar a passar os episódios com apenas dois dias de atraso em relação ao original, numa manobra que já tinha tido bastante sucesso na mini-série The Pacific, eis que a FOX opta por passar um episódio editado com menos 19 minutos que o piloto original passado nos States. Isto para enfiar o episódio num slot de uma hora com 13 minutos de publicidade. Num comunicado a FOX diz que vai passar agora novamente o episódio integral a horas menos comercialmente lucrativas. E a isto eu respondo “Pau no cú!”. Mais uma razão para o sucesso das redes peer to peer, o verdadeiro video on demand dos não-tansos.

10 Comments

  1. Billybob

    Achei o piloto mesmo aborrecido. Tudo muito banal e os actores muito fraquinhos (menção honrosa para o actor que interpreta o herói da história e que faria passar o Keanu Reeves por um génio da comédia del arte).

    Não li a BD mas achei o guião muito muito previsível. Uma versão mais fraca de 28 dias depois.
    Estamos assim tão desesperados por ver o formato dos zombies adapto a série para ter perdido completamente qualquer critério?
    Este walking dead começa muito mal. Não é engraçado nem dramático não é original nem bem interpretado.
    Dou-lhe mais três episódios para se redimir… E já é muito.

  2. Leinad

    O qué essa coisa de “canais por cabo” e “FOX” de que falas? Parece que me lembro vagamente d’algo do género, mas sinceramente, depois da queda do Muro a minha memoria já nao é a mesma…

    The Walking Dead tá porreiro, mas tem muitos problemas quanto a mim. Pra começar é basicamente mais do mesmo, e isto num contexto temporal em que nos ultimos prái 7/8 anos os zombies andaram a inundar de tudo um pouco em grande quantidade (videojogos, series, filmes, livros…), torna-se bastante complicado realmente sentir algum entusiasmo. É que sinceramente este Walking Dead nao tráz mesmo nada de novo prá mesa (e tb nao vou falar da BD) e ainda por cima inclui aquele cliché super irritante e incompreensivel de quase todas as obras que incluem zombies: as personagens sao incapazes de chamar os zombies pelo seu devido nome, ZOMBIES! Aqui sao os walkers pelos vistos…se ainda tivessem barba e andassem a matar o pessoal com round-kicks…era capaz de ser mais interessante.
    Depois o character development tá horrivel tambem. É tudo muito rapido, as personagens nao sao muito interessantes, e pelas situaçoes introduzidas neste piloto já se conseguem antever a milhas uma séries de clichés que deverão surgir nos proximos episodios.

    Enfim mas pronto. Apesar de tudo gostei. Tem zombies. Só tenho pena é que no plano mainstream o género zombie seja praticamente incapaz de evoluir e de criar algo de novo e refrescante com mais regularidade, tal como aconteceu com a mais ou menos recente serie britanica Dead Set.

  3. cine31

    Não concordo com a maioria dos dois comentários anteriores. Mas conheço bem a BD. E se seguida mais ou menos à risca, nos próximos episódios, conversamos depois…o próximo episódio deve ser uma mudança radical com a entrada em full do elenco. Se estiver à altura da BD, preparem-se para muitas surpresas e para procurar no dicionário antónimos de “cliché”…

  4. Billybob

    Lol e ainda tens fé de ver alguma controvérsia? É que pelo que vi no primeiro episódio parece que o ponto alto da natureza psicológica é uma relação extra conjugal.
    Eu ainda não li a BD portanto sou incapaz de julgar. Vou ler o comic relativo a este primeiro episódio e ver de facto se é fiel à BD (há quem acha que o Kick Ass é fiel ao comic portanto não se pode confiar em ninguém).

  5. Billybob

    [edit] O comic tem um passo extremamente rápido. O guião é mais ou menos o mesmo portanto não podemos dizer que é original (ainda assim é mais aceitável porque toda esta entrada faz-se numas vinte paginas).
    Principal diferença? Não há bullshits extra-conjugais e o herói chora varias vezes e grita quando assustado… Enfim realismo emocional… Algo completamente ausente da actuação do actor principal.
    Se acredito que os futuros episódios vão ser fiéis ao comic? Lol nem pensar.

  6. pedro

    Na série é tudo mais emocional. As relações familiares são exploradas para criar uma empatia com o espectador, que é um público alvo diferente dos leitores de comics. Não acho isso mau, eu próprio mudei enquanto público alvo, já não sou apenas um gajo isolado numa bolha de hedonismo e deboche com tempo infinito para tudo. Agora tenho uma família e sinto que neste ponto se cria a tal identificação. Maldizeres à parte, não se pode dizer que seja uma série comum, nem nada que se pareça…

  7. Miguel C.

    Pelo que li esta série trataria a infestação zombie de uma maneira um pouco diferente, focaria a sua atenção mais no drama e não tanto na acção. Não tive hipótese de ver o piloto, irei ver noutra altura.

  8. King Mob

    *Início de chico espertismo*

    Achei o primeiro episódio muito bem adaptado da BD. Embora ainda seja muito cedo para falar com apenas um episódio, parece querer manter-se fiel ao espiríto e história do material original. As partes mais marcantes da BD estão lá, e as alterações introduzidas quer por omissão ou adição funcionaram muito bem, e enriqueceram o material de origem. Ainda tenho algumas dúvidas sobre o nível de violência que irá ser transposto para o pequeno écran. Este primeiro episódio surpreendeu-me pelo gore, mas até aqui foi praticamente só com zombies 😉
    Achei a introdução do outro grupo de sobreviventes neste primeiro episódio, bem como alguns pormenores relacionados, prematuro. Funcionaria melhor se surgissem apenas no episódio seguinte.
    Fiquei com dúvidas quanto ao casting do actor que faz de Rick. Notei alguma limitação. Por exemplo, as duas cenas com o zombie junto à bicicleta estão bem filmadas, com alguns planos primorosos e a música ajuda muito, mas faltou ali um extra por parte do actor para a tornar tão especial como na BD. É uma cena crucial para a personagem, pois serve de referência sobre que tipo de homem é Rick neste momento, e o impacto que a história vai ter sobre ele. Ficou aquém do que poderia ter sido. Não sei se este actor e o miúdo estarão à altura dos papéis. O casting é a grande preocupação dos fãs da BD.

    @Billybob
    Tens razão sobre a referência ao filme 28 dias. O início, com a personagem a acordar de um coma é praticamente uma cópia. Quanto a ser engraçado, não esperes muito nesse campo.

    @Leinad
    Não há grandes inovações nos zombies. Há alguns pormenores um pouco diferentes, mas nada por aí além. Quanto ao nome que lhes dão, chamam-lhes tudo menos zombies :-). E sim há clichés (talvez mais na série de tv pelo que vi do episódio), mas temperados por algumas surpresas (espero). O grande trunfo da BD está na história muito bem contada e desenhada, e em personagens muito bem conseguidas. Se se consegue transpor isso para a televisão é o que vamos ver.

    *Final do chico espertismo*

  9. bruno

    epah, eu por acaso achei a série muito boa!
    há anos que sonhava com qualquer coisa que metesse zombies pelo meio e pudesse ver aos fins de semana
    é um bocado parada e previsível é verdade, mas pouco me importa, sou fã incondicial de zombies e esta série superou as minhas expectativas

  10. Someone out there...

    Sim…como aqueles que nunca precisaram de ler a saga ‘Twilight’ para tecerem certos comentários…Não faço a mínima ideia de onde agora surgiu este pensamento… ;o) Coisas que se lêem por aí, é o que é!

    Quanto à série, por incrível que pareça esqueci-me do dia, da hora…tal é o entusiasmo. Talvez ao contrário da maioria eu tenha predilecção por sugadores ávidos de sangue fresco e que vagueiam pela luz, com poderes extra-sensoriais do que por cadáveres que se arrastam a um ritmo de compasso… Gostos…

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