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A comédia romântica é vista de diferentes maneiras, dependendo da fase vida em que nos encontremos. Quando somos jovens e andamos no mercado, não é raro que algumas destas comédias nos apelem ao coração quando nos identificamos com o eventual desgraçado em busca do amor eterno que custa a chegar. Quando somos casados e com filhos, nos passeamos pelos quarentas como rinocerontes nas estepes, olhamos estes filmes como os visitantes do Zoo olham os símios a acasalar na Aldeia dos Macacos.

Na continuação da saga “Mete-se Agosto”, passamos para mais uma comédia romântica de 2010 para ocupar as quentes noites da Silly Season. Todas as comédias românticas são iguais na sua estrutura, já aqui falei dezenas de vezes disso. O que muda é a premissa, o ponto de partida para a galhofante sequência de desconfortáveis situações pelo árduo caminho que leva invariavelmente ao amor. Desta vez temos um rapaz que não é nenhuma brasa. É magro, socialmente atrasado, tem um carro merdoso e a experiência sexual de um eunuco numa tribo de amazonas. Aparece uma jeitosa de nível 10, aquilo que Hollywood decidiu definir como a gaja boa das gajas boas. Esta perfeita encarnação da feminilidade apaixona-se pelo trengo fanhoso e deformado (aos olhos dos do showbiz) e ele detêm-se com medo, porque acho não merecer tal oferenda de carne premium que Olimpo lhe mandou por correio expresso. Como se o homem do talho estivesse a vender carne de vaca japonesa Wagyu ao preço da bifana com aproximação do fim de validade. Um gajo desconfia sempre. E é esta a premissa para a sequência de mundanas normalidades que se segue, sempre a prometer uma risada que não chega.

Ora essa sequência é pobre e repetitiva. Sempre a cair nos lugares comuns, tentaram evitar o pior de todos: o final do filme no aeroporto. Então como se evita o cliché do encontro final do aeroporto numa comédia romântica mantendo o aeroporto? Coloca-se o actor principal a trabalhar num aeroporto e transforma-se tudo numa piada meta e disfarçada engenhosa. Não se iludam, é merdosa na mesma. E acaba como todos os outros, sob os intensos tons laranja reforçados informaticamente do por do sol.

Sendo um filme de  genética Apatow há sempre aquele grupo de drogados representado por 50% dos actores secundários que nos fazem sentir melhor com as suas patéticas existências. E cansa, é um esquema que já transbordou há muito para o inadmissível. Hollywood já contrata todos os comediantes de standup existentes no mercado para os meter em test drives destes. Incluindo aqueles que começaram a semana passada. Depois são despejados numa valeta fétida de esquecimento e falta de planos de futuro e já ninguém os quer ver nem ouvir. Porque as suas rotinas passam a ser aqueles histórias em que incorporam os 15 dias de experiência num grande filme de Hollywood com a sua própria tendência para a depressão pré-suicida.

Neste caso a actriz principal, a tal mulher perfeita que é o interesse amoroso do geek trinca-espinhas, é a Alice Eve. Quem? Aquele jeitosa que fazia parte do trailer do Star Trek 2 em que aparecia com cara de bucetão húmido usando apenas um ténue soutien. E que depois quando se foi ver o filme era afinal um elemento de decoração para não parecer que no espaço só à camafeus.

Deixo umas fotos da moça e irei continuando esta saga de verão que já anda a dar cabo da osteoporose.

“Tits in Space”

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