Howl (2015) Official Trailer - Vidéo Dailymotion

O cenário é familiar, um grupo heterogéneo de pessoas confinadas num espaço sem saída e sem esperança à mercê de uma sanguinária ameaça. Um a um, coitados, vão perecendo às mãos/garras/facas/ameaça genérica. O herói, improvável, reforma-se de anos de letargia para se revelar o perfeito anti-“ameaça genérica”. A miúda, que sobreviverá seja qual for o reboliço onde a metam, grita em apuros ao mesmo tempo de ostenta a sua permanente hidratação genital pelo herói. Mais do que ser salva e fugir ao cenário dantesco onde se encontra, ela quer ser inseminada, procriar e viver na sagrada comunhão do matrimónio com o herói recém vitalizado. Neste caso são lobisomens e pessoas presas numa carruagem de comboio no meio da mata.

Um filme curto que não aleija, não roça a perfeição mas mantém-se longe da liga Ed Wood/Bowl, que nos dias que correm é sempre um grande feito. Não denuncia medos encapsulado, não é a projeção da perfídia sexual a que o seu autor foi sujeito na quarta classe. É apenas um filme usa o grande manual narrativo e estético do cinema de terror. Ganha uma camadinha extra de elegância ao ser interpretado inteiramente por actores ingleses com o seu sotaque elitista de Buckingham, mesmo sendo populado por hoolings suburbanos que marinam rotinamente numa existência banal. Lobisomens é sempre um bom upgrade.

De regresso aos lobisomens e ao seu interminável ciclo, temos Howl. Um filme realizado pelo famoso… técnico de efeitos especiais de Neil Marshall? Este inexperiente realizador, com 4 longas metragens na sua albarda, safa-se bem neste território dos lobisomens com uma decente galeria de personagens com os seus arcos bem definidos e matança descontrolada e gratuita. Bom design de criaturas e um final que vai beber diretamente ao grande livro dos maneirismos e chavões do cinema de terror convencional.

Episódio do podcast Radio Cinemaxunga acerca deste filme: