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TOP X de filmes menosprezados [parte 01]

Filmes fabulosos espezinhados pelo passar dos tempos, porque o timing da estreia foi errado, porque algum elemento do próprio filme ofuscou tudo o resto. Todos nós temos uma lista de filmes que achamos ser menosprezados pela comunidade cinéfila mundial, filmes que mereciam um lugar nas estrelas e por vezes não chegam a ser um rodapé fugaz de  um livro obscuro. Apresento-vos a lista de filmes que penso serem injustamente desconsiderados pela comunidade. Não os vou numerar. Esta é a minha primeira lista de 5 pérolas esquecidas.

The Adventures of Baron Munchausen (1988)

No fim de semana passado, meio adormecido, fiz um zapping preguiçoso pelos canais de cinema. Meu Deus, estariam os meus olhos a pregar-me partidas? Estava a começar a Fantástica Aventura do Barão. Esta obra prima de Terry Gilliam marcou a minha juventude e é um daqueles filmes que idolatro, mas que raramente encontro alma gémea cinéfila com quem possa trocar referências. Um inebriante cheirinho a Monty Python, como que a fazer ecoar a sua memória até aos dias de hoje. Terry Gilliam é, no mínimo, semi-deus. (Tirando os Irmãos Grimm, filme pelo qual merece ser torturado com uma pêra rectal*)

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Superman Redeemed – Fanedit

O mundo está cheio de incertezas, dualidades e falácias, mas existe um conjunto de verdades absolutas que nos prendem à realidade e nos ajudam a manter uma ancora de consciência. São os chamados alicerces existenciais, conceitos de tal exactidão que não podem nunca ser negados ou duvidados. Alguns exemplos são as leis da termodinâmica, a velocidade da luz ou o facto de todas as gajas que possuem gatos serem psicóticas. Outras verdades menos conhecidas, mas igualmente autênticas, são  a constatação de que os tomos 3 e 4 do Super-Homem são filmes horrendos. Por isso mesmo alguém teve que meter mãos à obra e devolver alguma dignidade ao Super-Homem de Christopher Reeve, rasgando para sempre o tecido da própria realidade tal como a conhecemos. Ou algo do género…

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Missing in Action (1984) – Versão Betamax

Ser apanhado a ver Missing in Action é como ser apanhado a meio de uma sessão de masturbação, não há maneira de justificar de um modo lógico e coerente o nosso acto. Tudo parecerá sempre uma desculpa esfarrapada dada por um(a) crápula. Mas este filme tem mais elos com essa actividade lúdica tão popular que é o onanismo. Também ninguém admite que vê ou já viu Missing in Action e todos nos sentimos culpados no final. Poderíamos ter aproveitado este tempo perdido para fazer coisas construtivas… Numa altura em que a canonização de Chuck Norris se encontra praticamente concluída, resta-me revelar ao mundo um poderoso segredo perdido nos tempos. Uma verdade tão brutal que ameaça fazer colapsar toda a estrutura institucional do cinema de acção dos anos 80. Afinal Chuck Norris é mesmo uma lenda da bofetada ou é apenas mais um labrego de chapéu de cowboy?

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Fringe – Season 2

Vamos lá meter a conversa em dia. Acabei finalmente a segunda época de Fringe. Mais sumo, mais mitologia, mas ainda assim muito enchimento de chouriço. Quase que se perdoa tanta palha com este universo tão detalhadamente rendilhado. Perdão, multiverso! A segunda época acabou com um episódio duplo ficção científica pura e dura com um pouco de tudo, acção, mistério, romance e um cliffhanger de fazer roer as unhas durante meses. Mas no melhor pano cai a nódoa e o final à Scooby Doo não me excitou especialmente, tendo em conta que os mesmo artificio narrativo já tinha sido utilizado no início desta época com resultados pouco animadores. [Spoilers ahead]

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The A-Team (2010)

Trintões, vocês que eram putos cheios de piada e energia nos anos 80. Imaginativos, divertidos, um potencial praticamente infinito. Magros, bem parecidos, atléticos, uma saúde de ferro, namoradas novas a cada 15 dias, os maiores do liceu. Entretanto envelheceram, ganharam peso, a vossa energia parece ser diariamente drenada ao ponto da exaustão total no final do tarde, o tempo parece voar, a vossa vida sexual deixa de ser o vosso motor motivacional e o futuro de infinitas possibilidades transformou-se num corredor negro que atravessam diariamente, para lá de manhã, para cá à noite. Em 2010 uma entidade celestial genérica acha que vocês se encontram obsoletos e decide criar uma nova versão actualizada: bem parecida, energética, musculada e metrossexual (ligeiramente apaneleirada). Mas no processo de adaptação à nova realidade houve um efeito secundário que por força do mundo em que vivemos ninguém reparou: o vosso clone sofre de forte atraso mental, dificuldade de concentração, profunda falta de imaginação e a capacidade de raciocínio de uma alpaca moribunda. A isto chama-se um remake.

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100volta (200?)

É certo que Portugal tem uma cultura de decepção e frustração no que diz respeito ao cinema. A cada novo ano parecem abrir-se novas dimensões de horrendo, surgindo produtos de inimaginável mau gosto, mesmo para as mentes mais retorcidas. Desta vez temos um filme amador, com toda uma estrutura, narrativa e produção de proporções anedóticas, um festival de ridículo que se leva tão a sério que facilmente pulamos de uma situação de escárnio para sentimentos de compaixão pelas mães daquelas pessoas, que almejaram um futuro honroso para os filhos e isto foi o que decidiram fazer da vida. Rejubilai então  azeiteiros de Portugal. Labregos do tuning, parolos das centralinas, fatelas dos ailerons, barrascos do rally e da pala do boné branco para trás, a resposta às vossas preces chegou. Um filme de carros, com tiros, porrada e gajas boas a serem vilipendiadas à lei da vara carnuda (leia-se “foder” em linguagem de burgesso).

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Rambo III (1988)

No final dos anos 80 esperava-se ardentemente o tomo 3 da saga Rambo. Era uma ideia que nos dissolvia o cérebro por dentro, não nos deixava raciocinar para além da expectativa da matança anunciada que se aproximava, qual profecia divina. O Escolhido iria mais uma vez salvar os oprimidos naquele que seria, indubitavelmente, o maior banho de sangue da História. Eu e o Zé fizemos uma jura de sangue que iríamos ver o filme juntos, mal estreasse. Para nós não havia muita coisa sagrada. Trocávamos os livros do Patinhas, os discos de vinil (excepto o Master of Puppets e o Number of the Beast) e até as namoradas podiam ser emprestadas se tal fosse necessário. Mas as promessas de sangue eram para cumprir e se envolvessem o Rambo pior ainda. Mas nesse malfadado Verão, consumido por uma desejo incontrolável, fui ver o filme na primeira oportunidade que tive, sozinho, sem o Zé. A sombra da traição ainda hoje me persegue, como um nuvem do Apocalipse que ainda hoje me provoca um ligeiro desconforto a cada vez que vejo o Rambo 3.

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Fringe

Torci inicialmente o nariz a Fringe apenas porque a sequência inicial do episódio piloto me fez lembrar a eterna e infindável agonia que é o Lost. Isso e também porque me pareceu demasiado X-Files. Tinha muita série para ver, não me apeteceu o esforço de aturar a curva de aprendizagem inicial de qualquer série que não seja totalmente simplória. Há cerca de um mês voltei a dar-lhe uma segunda oportunidade. Glorioso HD (pois claro) e estou agora no episódio 18 da primeira série, por isso cuidadinho com os spoilers nos comentários. Não é de todo uma série perfeita, tendo provavelmente mais pontos negativos do que positivos, mas analisemos então com um pouco mais de detalhe nas linhas que se seguem.

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X-Files: Exordium

Por muito que tentem comprar o título de que vos trago hoje não o vão conseguir. Porque este filme é um Fanedit. Um montagem alternativa de uma obra, feita por um fã de maneira a corresponder melhor às suas expectativas, e às de milhares outros fãs que por alguma razão não se sentem totalmente confortáveis com as versões originais. Exordium é um filme de condensa a primeira época de X-Files em pouco mais de duas horas, concentrando-se apenas na mitologia que serve de fio condutor a X-Files e deixando de fora os casos próprios de cada episódio. Continue reading

Cop Out (2010)

Fosse este filme realizado por um monte de merda qualquer e eu teria escarrado e mijado por ele abaixo e seguiria a minha vida imune ao seu inerte sentido de humor e à sua estéril contribuição para a historia da 7ª arte.  Acontece que o realizador deste filme não é um monte de merda qualquer. É um monte de merda especial que já realizou alguns dos meus filmes preferidos, criou alguns personagens que venero e já foi ele próprio um icon da cultura junkie/geek vestindo a longa gabardina de Silent Bob. Estou a falar, obviamente, de Kevin Smith, esse gordalhufo que sabemos capaz de produzir genialidade, e que no entanto parece andar perdido num inferno de tarefeiro hollywoodiano a fazer um filme, que à sombra do conceito das “homenagens”, é na realidade um exemplo de unidimensionalidade amorfa que lhe pode valer o prémio “Era atar-te os tomates à traseira do comboio das 9 e dizer-te adeus com um lenço branco”.

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Hot Tub Time Machine (2010)

Fazer um filme de viagens no tempo é mais complicado do que pode parecer à primeira vista. A maior parte do argumento é fácil. Alguém do presente vai para o passado e vive tropelias relacionadas com o anacronismo inerente à própria situação ou vice versa. O mais complicado é mecanismo narrativo que impulsiona essa mudança. Tem que ser o mais realista possível, tendo em conta que ainda não há viagens no tempo. Um exemplo é Back To The Future. 1, 21 Gigawatts de energia e um capacitador de fluxo serviram para vender a viagem aos cinéfilos. Há também a maneira preguiçosa de mandar a lógica às urtigas e usar o objecto que está mais à mão, porque isso de ciências e físicas é extremamente aborrecido. Neste caso foi um jacuzzi, podia ser um garrafão de 5 litros de vinho tinto, um garfo ou meio leitão da Bairrada. E sim, eu também gostei da cena da gajas das mamas que mostro aqui na imagem.

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Extract (2009)

Não há para um homem nada mais aterrador do que uma ameaça à integridade dos seus testículos. É como um piano invisível permanentemente suspenso sobre a cabeça que nos pode aniquilar a masculinidade numa fracção de segundo. Sejam entalados numa porta, mordidos por uma amante furiosa ou por falta de controlo das suas capacidades recém adquiridas dominatrix, um acidente de pesca ou resultado de uma aposta numa corrida de galgos. O certo é que nenhum homem pode dar os seus tomates como garantidos. Extract é provavelmente o único filme que vi em que o assunto de uma perda testicular é tratado com a dignidade que merece. Infelizmente este poderá ser o seu único ponto positivo, o que não é lá grande tópico para lhe enobrecer o currículo.

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Defendor (2009)

Num festival de Verão no final dos anos 90 conheci duas voluptuosas lésbicas que primavam pela estética minimalista da pilosidade púbica e que após uma noitada de copos e farra me disseram em tom dengoso “Ah, se a tua namorada o permitisse ficávamos contigo para fazer coisas muuuuito marotas” e eu, tentando disfarçar uma erecção fulminante, respondi “Se acrescentarem um cuspidor de fogo, dois anões malabaristas e um pónei sou capaz de aceitar a oferta“. E depois acordei, com défice de sangue no cérebro…

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Idioterne (1998)

Quando um cinéfilo inexperiente cataloga uma obra como sendo um “filme marado” é porque não conseguiu encontrar no seu saco de clichés americanos algo com que o comparar. “Marado” é adjectivo que realça a não convencionalidade da obra, sendo que esta característica poderá ser uma coisa boa ou má. Há o “marado” saudável e imaginativo de Terry Gilliam, o “marado” deliciosamente pérfido, herege e debochado de John Waters e Cronenberg, o “marado” que escreve nonsense surreal e depois diz que há um significado que só ele conhece de David Lynch. Temos ainda os japoneses encabeçados pelo sociopata Takashi Miike ou mesmo o centenário  alucinogénico supertuga Manoel de Oliveira. E depois há Idiotern de Lars Von Trier, um filme que desafia qualquer catalogação, o marado dos marados, uma delicia de filme que amamos odiar.

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Top 5 “filmes famosos que não valem uma merda”

Todos nós temos que lidar com a existência de filmes no nosso plano dimensional que só por si justificamo fim da liberdade de expressão. Tudo bem, desde que não sejamos importunados por eles. Mas isso era antes. Antes de haver 1382 canais de TV e video on demands e infernais quantidades de conteúdo semelhante a uma lixeira a céu aberto que ejacula milhares de horas de programação de inenarrável fedor para dentro dos nossos lares sem pedir permissão. Elaborei uma lista de 5 desses filmes que toda a gente adora, mas que nos fazem secretamente sentir a gonorreia de mil leprosos a cada vez que os apanhamos num zapping.

5. Pretty Woman (1990)

Um principe encantado dos tempos modernos enamora-se por uma prostituta de rua depois de ter pago uma fortuna para não lhe tocar sequer. Nem uma mamada ou um dedinho curioso… Nada. Quando penso em putas de rua, daquelas que atacam à noite nas avenidas escuras das grandes cidades só me vem à cabeça o seguinte: herpes, gonorreia, sida, cocaína, heroína, toxicodependência, alcoolismo, dentes todos podres, hálito a cadáveres em decomposição desde 1996 e mais três tipos de Sida (daquela que corrói o latex). Daí a dificuldade que tenho em assimilar aquele argumento.

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Adventureland (2009)

Se para muitos ela é apenas uma actriz de semblante equídeo com a elegância de uma vaca trucidada três vezes no mesmo dia por comboios diferentes, para outros ela é a musa dos vampiros de Twilight. Feia, escancarada e com o carisma de uma pá de valar, é certo, mas capaz de atrair público com dificuldade de compreender enredos com complexidade superior aos Irmãos Koala. Esta galdéria drogada fortemente viciada em pílulas do dia seguinte e relaxantes musculares também faz outros filmes que não sejam da saga Twilight. Ironia das ironias, acabamos por ter em Adventureland um filme não muito mau, o típico indie teen existencialista, que não sendo original também não provoca o vómito compulsivo.

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