capitao_falcao__portugal

Ao trigésimo dia do mês de Novembro do ano do Senhor 2015, eis que me vejo incumbido de cumprir o honroso dever cívico e patriota de assistir ao documentário do Capitão Falcão e do excelso Presidente António. Um documentário que transforma jovens desmotivados em ferramentas da nação, explicando com seriedade e clareza o que é ser um verdadeiro português, inatingível por qualquer arma, seja de raios ou de ideias. É certo que me senti desconfortável ao ver-me rodeado por jovens barbudos, indumentária desportiva casual que não honra a pátria, um nauseabundo cheiro a sovaco e de semanas inteiras a usar os mesmos piúgos. Que estaria tão nefasto exército de comunas a fazer naquele sacro santo documentário? Seria um golpe em preparação? Havia até mulheres que se riam descontroladamente fazendo com que as seus bojudos seios  abanassem descontroladamente pela falta de decoro de não usar soutien. Como duas montanhas horizontais de robustez carnal. Mulheres de calças que se encontravam acompanhadas por outras mulheres, certamente tinham na boca ainda com o sabor ácido de quem passou o jantar a brincar aos ginecologistas manetas. Assustado não estava, porque o vigor lusitano que em mim corre trataria de desfazer qualquer rebelião com meia dúzia de chibatadas do meu cinto da serra da estrela, curado por pastores nacionais e feito de gado lusitano.

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