Sinopse: Um virus infecta a Escócia e a única maneira de o conter é isolar completamente o país pelo velhinho Adrian Wall. 25 anos depois uma equipa é enviada para dentro dos muros para procurar uma cura para o vírus que entretanto reapareceu em Londres. Major Eden Sinclair (boa, boa, boa!) tem que sobreviver num universo pós apocalíptico por entre bandos de pós-punks a LSD, guerreiros medievais estranhamente anacrónicos e mihões de vacas leiteiras.
Crítica: Em 1986, quando os meus pais me compraram o VHS porque passei para o 8º ano, era cliente assíduo dos clubes de vídeo. Tão assíduo que sabia a sinopse de todos os filmes que lá estavam. Era também grande cliente do terror e do pós-apocalíptico (mais tarde filmes de ninjas e clones do American Samurai). Não me quero alongar porque já escrevi aqui várias vezes sobre o assunto, como por exemplo Mad Max ou o fenómeno dos filmes de pos-apocalíptico (Batalha de Bronx e os Spaghetti pós apocalípticos). Ainda falei no She, a Raínha da guerra e do amor. Estava bêbedo!
O que queria dizer no enorme e despropositado parágrafo anterior, é que esta temática não me é estranha e ainda nutro gosto por este género. Chego a comprar no Ebay pérolas de outrora que acabo por nem rever. E aqui Neil Marshall faz uma aproximação ao género muito “à anos 80”. Acalmem-se os detratores, porque o plágio é afinal homenagem e, se o cinéfilo for realmente atento, feito de uma maneira bastante explícita.
Quero com isto dizer que gostei de Doomsday. Achei um kickass movie, despretencioso que apenas nos quer fazer passar 2 horitas de diversão ultraviolenta, com um orçamento menos modesto que os italianos nos anos 80, feito com alma e coração. De certeza que Neil Marshal não pretendia ficar rico… É verdade que o filme tem pouca lógica na narrativa linear, é incoerente e cheio de plot holes. Tudo isto é verdade! Mas quem é que repara nisso quando uma amazona de enormes mamas, completamente vestida de cabedal justo, conduz um carro a 300 Km/h, cortando cabeças e estripando peões mais incautos, rebentando tudo à sua passagem e fazendo acrobacias que embaraçariam o KITT no pico da sua forma? Ninguém pretende que este filme seja uma bitola para viver a vida daqui em diante. Provavelmente iremos sentir que o único defeito do filme é a gaja não mostrar as mamas…
Tem partes que não gostei. A secção medieval do filme é completamente despropositado, no sentido estético do propósito. Quer dizer, tirando o “Monty Python and the Holy Grail” não nutro simpatia pelo tratamento cinematográfico que esta época tem tido. Isto e piratas. Nem com a imensamente aborrecida trilogia dos piratas dos caraíbas aumentei o meu gosto por piratas.
É um rico filme, é sim senhor. Eu gostei, estava a precisar de violência exacerbada para me lavar as memórias do meu dia asséptico, inócuo e politicamente correcto ao limite do absurdo.
Pontos Altos: A actualização com bons resultados dos bons velhos tempos do VHS.
Pontos Baixos: A parte medieval é boa para ir ao frigorífico fazer umas sandes de salpicão e queijo brie e trazer uma mini.
Veredicto: Não sendo propriamente um exemplo de coerência é sem dúvida um exemplo de divertimento brainless.
Segundo o Mr. Skin, a Rhona Mitra (Eden Sinclair) mostra os atributos em Hollow Man (O Homem Transparente – 2000) e em Passion of the Priest (aka Monk Dawson – 1998).