Army of Darkness (1992)

Kicking ass and chewing bubble gum

Quem é o maior? O mestre? O verdadeiro artista?.  Se os prezados leitores se consideram cinéfilos e não responderam “Bruce Campbell” podem  já arrumar as botas e voltar para vossa casa onde têm um poster do Titanic e outro do Brad Pitt em tronco nu. Bruce Campbell é o verdadeiro herói. Salvar o mundo? Fazer aterrar um avião num rio? Tudo isto são amendoins perante o homem que dizimou hordes inteiras de mortos-vivos com o Diabo no corpo. Tudo o que era patife no domínio da assombração, possessão, desmembramento e morte violenta por meios sobre-naturais tinha um fim precoce às mãos deste semi-deus da caçadeira de canos serrados. E Bruce ganhou este estatudo 3 vezes, só na saga Evil Dead. Carago, este é o homem que trata o Necronomicon por “tu”.

Army of Darkness é o subtítulo para o 3º capítulo da trilogia Evil Dead, trilogia essa feita no tempo em que não se falavam de trilogias, no sentido épico, pomposo, saca-dólares e gordurento do termo.  Sam Raimi assina aqui o ponto alto da sua carreira. Aliás, esta trilogia, juntamente com A Simple Plan (1998) e Crimewave (1985), são as obras máximas deste grande mestre antes de se entregar sem alma às aventuras homossexuais de Peter Parker e do seu Homem Aranha.

Qualquer fã do cinema fantástico identifica os 3 Evil Deads como marcos na história do cinema de terror. Não só pelos visuais inovadores como também pela aproximação mais relaxada e mais humorada ao tema, mantendo no entanto elevadas doses de “assustanço”. Mas no 3º tomo da série, este Army of Darkness, tudo leva uma reviravolta e Ash (mítico Bruce Campbell) tomas as rédeas ao protagonismo carregando o filme às suas costas da maneira mais cool alguma vez vista na 7ª arte. Munido apenas de uma motosserra (a substituir a mão) e uma caçadeira de intermináveis munições, Ash vai abrindo caminho por entre exércitos das trevas. Como herói heterosexual que se preze, vai comendo donzelas aqui e ali sem grandes apegos emocionais. Rei das oneliners, Ash é definitivamente “The Man”!

Recomendo vivamente a quem se queira iniciar neste mundo nobre que é o estudo da série B e do cinema alternativo. Um bocado também para fazer as pazes com Sam Raimi e compreender que os Homens Aranhas, as Xenas e os Hercules são o seu ganha pão, mas a verdadeira essência dele está nesta obra inicial.  Soube agora, só agora, que vai haver um remake de Evil Dead e que se está a ponderar remover por completo o personagem de Ash, num gesto de respeito para com Bruce Campbell.