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Sócia… Estou aqui entesadíssimo! (2011)

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O estímulo à economia passa por pequenas coisas que fazemos no dia a dia. Comprar calçado do Vale do Ave, consumir arroz do Baixo Mondego e laranjas do Algarve, não utilizar mão de obra moldava em bares de alterne e, principalmente, comprar porno nacional. De preferência comprar online em formato digital, porque metade do valor do DVD vai para o plástico que é feito na China e para a empresa de entrega Seur que é espanhola. Em tempos de crise toda a ajuda é pouca no combate à pobreza e são pequenos gestos como estes que nos devolverão a integridade económica de um país orgulhoso da sua herança cultural.

A produção de entretenimento para adultos vive em Portugal uma época de especial esplendor. Não porque seja um altura de renovada frescura e qualidade, mas porque uma nova empresa dedicada às artes do deboche apareceu com promessas de glória. E antes que esta NWOPP (New Wave of Portuguese Pornography) definhe e desapareça nos lodos do esquecimento, analisemos uma das suas mais recentes produções: Sócia estou aqui entesadíssimo (em 3D). Isto disse-me um amigo, obviamente, porque eu não vejo destas porcarias.

Tudo começa quando Futre (ou El Foutre) apresenta a nova estratégia de vitória para o clube do seu coração; Foder! Bom, e depois é foder até ao fim. Pelo ecrã desfilam promissoras estrelas da labuta corporal, cada uma no seu estilo. Melissa Odara, uma brasileira de aspecto comilão que aparenta capacidade de despachar duas equipas de Rugby e ainda comer uma dobrada à Transmontana no final.  Joana Belmonte é uma estreante que tem o perfil de amante ideal, boa na cama e com aspecto de poder empurrar um furgão de médias dimensões caso a bateria falhe. Há ainda uma loura genérica toda puta de aspecto insaciável e um playmate (ou equivalente Penthouse) com uma carinha que diz “Meu Deus, não era este filme que tinha em mente quando assinei aquele documento. Como poderei explicar isto à minha avozinha? Adeus carreira de sucesso como actriz mainstream!”. Isto é a opinião do meu amigo que vê destas coisas, claro.

A qualidade técnica, não sendo excelência, não desilude. O som directo é confuso, as falas enrolam com o ranger dos móveis e o som de fundo, mas a nível de qualidade de imagem e iluminação está muito profissional. Resta uma melhor direcção de actores porque as novatas andavam claramente às aranhas e Portugal deixará de ter vergonha da sua pornografia. Agora que o pêlo púbico é coisa do passado e as actrizes com problemas de hemorroidal são recusadas, há uma lufada de ar fresco no panorama nacional. Há muito tempo que merecíamos isto. Contra os canhões, marchar, marchar!

5 Comments

  1. Loff

    Ahahahahahahahahahahahahah és o meu herói meu! E não estou a ser sarcástico! Adoro este blog pá!

  2. Eduardo

    Opá… Mereces um prémio qualquer!

  3. Pedro Pereira

    Uma estatueta das caldas para ti e para a equipa desta produção!

  4. cinemapongal

    A primeira vez que soube deste filme foi através de um anúncio de página completa na revista Record de apresentação da época (!!). Acho o cabelinho do gajo fenomenal… e aposto que deram bom uso à expressão “vai vir”. 😉

  5. P. Lopes

    finalmente a putaria tem o seu merecido lugar na ribalta das produções cinematográficas portuguesas. Só é pena que com tantos cavalões machos roliços, bons como o milho que andam por ai, não exista ainda uma produtora de filmes de machos comendo outros machos. Isso sim era de valor.
    Não há visão mais bonita do que a de um macho todo másculo, musculado, roliço e grande, com a bilha espetada no ar, a berrar como um boi enquanto outro macho, igualmente viril, lhe enche a bilha com um chouriço bem grosso.

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