Um padre, dois patos e Keanu Reeves entram num bar. Um dos patos diz “…e sendo assim acho que podemos alicerçar toda a espiritualidade nesse ritual pagão. O que o torna, ironicamente, místico“. O padre anui sabiamente e responde numa voz de profunda sapiência “Sim, pato. Esse é, no fundo, todo o fundamento da tua própria existência: La transcendance de l’égo“. Keanu Reeves aclara a garganta, olha confuso para o segundo pato e diz “Queijo?!”…
The Day the Earth Stood Still é um remake de um fantástico filme de ficção científica de 1951 e que é praticamente um filme perfeito, estanque. A febre de remakes / sequelas /prequelas exige que se ande a exumar bons filmes com o intuito de colmatar a imensa falta de imaginação que graza os grandes estúdios actualmente. “Porquê pensar quando se pode roubar? Estes parolos comem tudo o que se lhes dá, nem vale a pena fazer um esforço.” Este é o espírito. Mas isto é um assunto recorrente que me põe os nervos em franja a cada vez que o confronto.
A premissa é muito simples. Um extra-terrestre chega ao planeta a avisa a malta que vai destruir a raça humana antes que esta destrua o planeta. O original era com a guerra fria, este é o aquecimento global e o ambiente. Depois o extra-terrestre começa a compreender os humanos e viveram felizes para sempre. O extra-terrestre é um ser desprovido de emoções, seco e distante. E estas são, como sabem, as principais características de Keanu Reeves no auge da sua vitalidade, o cepo humano como alguns lhe chamam. O ideal para este filme. Jennifer Connelly também não tira grande proveito deste filmeco de encher chouriças. A sua personagem é apresentada como forte e essencial, mas na realidade anda para ali de carro a fazer baby sitting ao extra-terrestre só porque este não tem carta de condução e precisa de motorista. Faz imensas coisas, é verdade, mas não voa.
Mas o que traz este filme de novo? Nada. É estéril e cavernoso. Molengão com efeitos especiais despropositados. Tem uma mensagem de paz, amor e ambiente, mas nos dias que correm que filme é que a não tem? E se eu quiser mensagens vou ler os classificados do Correio da Manhã… É certo que é um filme curto, mas não deixamos de pensar nos 5 euros do bilhete nos dias que se seguem. É realizado pelo gajo que fez Hellraiser:Inferno… I rest my case!
não fui ver isso ao cinema, e quando o vi em casa fiquei feliz por isso.
é mesmo xunguita…
(e, já agora, não é a naomi watts, é a jennifer connelly)
Obrigado pela dica. Já alterei. Como a Jennifer Connely fez aquela cena lésbica do “ass in ass” no Requiem for a Dream e a Naomi Watts fez a cena lésbica de seriamente levantar pau no Mulholland Drive, eu confundo as duas… 😉
Nem vou sacar dos sites de torresmos…