A distribuição de cinema no circuito comercial tem um calendário bastante bem definido. Há épocas altas (comercialmente): Natal, férias da Páscoa, Verão, etc. Há alturas para blockbusters, outras para thrillers ou alturas para incontáveis mixórdias para crianças. Requentadas e recicladas. Há também alturas mortas, em que são distribuidos filmes inócuos. Filme sem grandes aspirações artísticas, mas com algum poder de marketing e uma ou outra estrela cadente da antiga Hollywood. Isso aconteceu neste filme, com Harrison Ford a dar a cara por um argumento ranhosito e uma estética cinematográfica de template. Harrison Ford, diga-se, que já acusa um certo cansaço e uma ou outra crise de próstata.
Firewall é um filme tirado do “livro dos guiões insufláveis”, em que o thriller típico de domingo à tarde é enfiado dentro de um contexto high-tech, com redes, segurança, wireless e toda a merda que agora nos infecta as revistas de geeks e gajas “quase-nuas”. Tem o típico vilão de sotaque inglês, que é o Silas do Código DaVinci. É tão mau tão mau, que nem os colegas o podem ver. É cruel, evil e… standard. O seu gang é composto por idiotas com o típico computer geek que mexa numas teclas e abre bases de dados em Marte, so for preciso. Além de standard é também ridículo. Depois há ali um argumento de gato e rato e uma tentativa de nos mostrar uma reviravolta bem pensada.
Mas o certo é que o filme é tão horrendo e desinteressante que toda a gente se está perfeitamente a cagar para o plano genial do Silas. O pessoal quer é ir embora e continuar a sua vida normal e não pensar mais neste pastelão. E que pastelão. Uma chouriça seca sem sabor. Um fardo de palha como há muito não se via.
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