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District 9 (2009)

district9

Aqueles que, como eu, são fãs de Ficção Científica desde a infância há algum tempo que andavam a simular orgasmos na área do Sci-Fi. De vez em quando aparece um filme que podia ser fantástico, excepto um ou outro ponto que apesar de minúsculo acaba por ser omnipresente e o filme afinal não é grande coisa. Mas esse jejum prolongado foi agora quebrado com Distric 9, o sonho molhado de qualquer fanboy de sci-fi. É como perder a virgindade outra vez…

Para os olhos mais treinados, o trailer deixava a esperança de um bom filme. A nave espacial omnipresente a sobrevoar Joanesburgo, extraterrestres a chegarem de surpresa ao planeta? O sentimento de “V – Batalha Final” subiu-me pela espinha espalhando adrenalina como um cão selvagem. Não por ser uma temática semelhante, mas pela iconografia de uma imensa nave-mãe a sobrevoar uma cidade gigante, obscurecendo-a com a sua magnificência.

E o filme não desiludiu. Desde início não escondeu os seus trunfos. Sem nunca desiludir, D9 provou ser ficção científica hardcore como há muito não se via. As mensagens sociais / políticas, os paralelismos com o nosso próprio relacionamento entre povos, sendo a fraqueza da raça humana a única certeza absoluta. Efeitos especiais a condizer. Podiam ser humanóides de testa enrugada, como no Star Trek. Mas não. Insectóides… Ninguém se poupou a esforços para agradar aos sequiosos fãs.

Como se pode medir mediaticamente o sucesso de um filme? Pela número de adeptos ferrenhos dispostos a morrer pela honra do filme e pelo número de pessoas que odeiam tanto o filme que estão dispostos a passar horas em foruns a provar que o filme é mau devido a um ou outro pormenor quase imperceptível ao olho humano. E este filme tem as duas facções em abundância.

District 9 é um clássico instantâneo e só espero que as suas sequelas não se encham de arrogância e megalomania ao ponto de estragar todo o trabalho feito até agora. Eu até perdoo a questão da tradução dos camarões / gafanhotos porque até parece que os tradutores tinham razão desta vez. Damn you all to Hell!!!…

PS: Peço desculpa pelo tom piroso-sexual da minha introdução, mas estava mesmo sem ideias e o sexo é sempre um bom quebra gelo. Quer dizer, eu até consigo escrever textos carregados de inuendo sexual, mas sem usar as palavras linguagem de taberneiro sai sempre com um aspecto ligeiramente apaneleirado…

Hey, já que chegaram aqui a este parágrafo sem adormecer, deixo-vos o link para um post que escrevi há uns meses com a curta metragem que originou District 9. Digamos que é o capítulo zero, o sketchboard do filme.  Aqui: Alive in Joburg.

9 Comments

  1. Leinad

    Este filme é tao bom que até mete impressao! Impressao porque percebemos o quao raro é hoje em dia aparecer um bom filme sci-fi com tomates sem parecer umclip da mtv ou uma treta qualquer, e o quao ressacados andamos sempre por um filme destes!

    Se estiveres interessado, fica com o meu comentario ao filme tb:
    http://shinetolife.blogspot.com/2009/09/district-9.html

  2. Leinad

    Nop, a adaptaçao de Halo está de momento num oficial stand-by, que é na verdade mais um “espera até que alguem apareça com o dinheiro” na pratica.

  3. Pedro Pereira

    Não adormeci! Eu gostei do filme, como não tinha visto o trailer nem nada por aí não levava grandes expectativas. Até me cheguei a assustar quando vi a nave estacionada ao estilo de V – Batalha Final, mas dou-lhe os meus pontos. Preferia qque não fizessem sequelas, mas…

  4. joemorales

    Aconselhas a ver o tal Alive in Joburg antes de ver o D9? Já me disseram mal do D9, nada como ver.

  5. pedro

    O Alive in Joburg é uma curta metragem de 6 minutos e a única coisa que tem em comum com D9 é a premissa, que é a mesma do trailer. Se fores fã de SciFi aconselho a veres, nem que seja para te juntares ao lado que se falta de falar mal do filme nos foruns.

  6. Arapuk

    Não percebo como se pode dizer mal deste filme… mesmo alguém que não goste do género, ou do filme em si, devia saber apreciar a mestria por detrás da execução. Deve ser gente que não perde um Air Bud quando dá a um domingo à tarde!

  7. SFC

    Por acaso a mim parece-me que a ficção científica para ser boa deveria ter uma base conceptual filosófica surpreendente ou, no mínimo, original. Aqui a reflexão metafórica centra-se meramente na forma como o homem é incompreensível e intolerante perante o outro e transmite a noção de que, mesmo no século XXI iria descriminar um outro, externo, baseando-se meramente nas suas diferenças físicas – metáfora dos conflitos étnicos. Esta é uma ideia altamente cliché, largamente panfletária, lembra assim uma ideia de esquerda facilmente perceptível por todos. Para além de já explorada em inúmeras obras tanto cinematográficas como literárias. O que é mais perturbador é acreditar que o ser humano no séx. XXI, apesar de conseguir comunicar com os extraterrestres (de uma forma absurda que no filme não é sequer explicada, em que cada um fala para o seu lado) iria começar a tentar matar tudo o que se mexia só pelo facto de ser diferente. Será que é mesmo necessário lembrar que todos os conflitos étnicos se deviam a contextos históricos e sócio-políticos bem mais densos do que o simples facto de se ter um outro aspecto?
    Parece-me que o filme pega numa ideia de auto-martírio porque fica bem dizer que somos muito maus, raça humana marota, mas não vejo nada de extraordinário nisto? O conceito é um cliché daqueles bem grandes, mas enfim, há outras coisas, aquela primeira parte de estilo de documentário que não é documentário nenhum já que está cheia de tiques de realizador e que não tem consequências nenhumas no decorrer do filme, é só um efeito para tentar dar estilo, forma sem qualquer conteúdo… A acção é um ponto alto (o ponto que realmente interessa no filme) mas o recurso ao SGI não me parecer dar um efeito assim tão extraordinário. Em suma, o que é assim tão incrível?

  8. Peter Gunn

    SGI?

  9. pedro

    Hehe!…

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