Todos nós, fans de ficção científica, já ficamos acordados a pensar no tema que serve de fio condutor neste filme, o sexo com uma gaja boa. Mas por vezes também pensávamos em teleportação, nos seus prós e contras, nos malefícios, na maneira em que poderia afectar o contínuo espaço-temporal, como poderíamos comer gajas à conta disso ou simplesmente ver a vizinha a sair do banho depois de uma sessão de depilação total. Mas em nada estas reflexões coincidem com este ejaculação precoce que vem catalogado como “filme”. A teleportação deve ser tratada com respeito e não do ponto de vista de quem viu um episódio do Heroes enquanto fumava um gordo charro e pensou “Caralhos me fodam se isto não dava um bom filme!…”.
Para contornar a falta de argumento, ou mesmo a total falta de lógica e coerência, empregou-se a técnica da historieta fétida de amor juvenil, tudo embrulhado num pacote com cheiro a aborto espontâneo que acabou nas salas, vá-se lá saber porquê…
As sequências servem apenas para mostrar os efeitos especiais, passando ao lado da questão da coesão narrativa. Óbvio que tanta gente a ver dois parolos com o cabelo cheio de gel e indumentária bazofe a aparecer e desaparecer iria certamente chamar a atenção da comunicação social. Além disso nunca se falou da questão de uma teleportação mal calculada fazer aparecer alguém dentro de um muro de cimento, uma parede de betão ou dentro de outra pessoa, criando um misto de “A Mosca” com Lili Caneças.
Samuel L. Jackson continua a viver na sombra de Pulp Fiction, se bem que num filme para dementes mentais maiores de 12 anos teve que se conter nos “Motherfuckers”. O puto que era o Young Darth Vader parece-me ser apenas mais um has-been a definhar lentamente em direcção aos negros pântanos do esquecimento.
É sim senhor, uma grande bosta de filme. Efeitos especiais e pouco mais.