O género cinematográfico “alienígena escaganifobético” não é um exclusivo dos últimos anos. Cada época, cada cinematografia ou onda tendencial tem os seus exemplares. The Adventures of Buckaroo Banzai Across the 8th Dimension é um delírio dos anos 80, uma obra de tão genial bizarria que não podemos evitar fazer constantemente a pergunta “Como é que alguém autorizou tal coisa?”. Rock star, neurocirurgião, físico quântico, herói da banda desenhada e aventureiro. Apresento-vos Buckaroo Banzai, herói nipo-americano capaz de salvar o planeta Terra das garras dos demoníacos seres da oitava dimensão, todos chamados John.
Basta ver Jeff Goldblum vestido de cowboy de extremo garrido farfalhudo para perceber que não estamos perante um filme normal, mesmo para os canones alucinogénicos dos anos 80. Também não se pode dizer que seja um experimentalismo série Z, para encher prateleiras de clubes de vídeo ou passar em horas obscuras em canais de cabo. Nada disso. Buckaroo Banzai foi uma tentativa gorada de criar um novo tipo super-herói, um estilo mais “comic sem super-heróis”, num mix de acção com comédia de exageros, como foi este ano que passou Scott Pilgrim, por exemplo. Mas neste caso com chumaços para os ombros e bolas de espelhos.
Um ponto de realce neste épico esquecido pelas areias do tempo é a invejável lista de actores. Ora vejamos; Peter Weller (Robocop, oh yeah!), John Lithgow (Supreme Commander), Jeff Goldblum ou ainda o mítico Christopher Lloyd (aka Doc Brown). Todos em inesquecíveis personagens, para o bem ou para o mal. É pena o argumento ser pobrezinho em conceito, porque realmente existe algum potencial num filme contenha a expressão “across the 8th dimension” no título.
Vou fazer uma coisa que não faço há algum tempo, um resumo livre. Ora vejamos… Buckaroo Banzai testa um novo sistema de navegação que permite, entre outras coisas, atravessar montanhas ou volumes de alta densidade sem haver contacto. O problema é que Banzai entra em contacto com umas criaturas malandrecas a meio de uma experiência. Está dado início ao plano dos agentes adormecidos dos maléficos malandrins da oitava dimensão, curiosamente todos chamados John. E quando o mundo está prestes a ceder à hegemonia alienígena, um extra-terrestre (rastafari) do mesmo planeta alia-se às temíveis hordes de Buckaroo Banzai pela reconquista da liberdade planetária, numa batalha de proporções épica, onde as mais poderosas super-potências não podem fazer mais que assistir a Buckaroo distribuir bofetada em lombo alienígeno. Além disso temos uma criança de 12 anos a usar um metralhadora sem supervisão de um adulto, uma melancia misteriosa cuja utilidade não é nunca revelada e uma sequência de créditos finais de antologia.
Bom e se isto não vos convenceu, acho que nada nunca vos poderá convencer… Talvez esta secção de multimédia ajude. Já agora, se estiverem interessados em ver uma versão em HD sem terem que pagar, basta que tenham Zon. Está a passar incessantemente no canal MOV. Quando digo “sem terem que pagar” e “basta que tenham Zon” na mesma frase estou a cometer um erro que pode causar a implosão da realidade e a anulação de grande parte da Via Láctea perante o contacto de tanta anti-matéria.
Trailer:
Junte-se também o Clancy Brown à lista de actores que está nesta pérola da maradice. Este filme tem mais estrelas juntas do que um filme-catástrofe da década de 70. E os créditos finais… céus, só pelos créditos finais já o filme merecia ser visto.
Também o falecido Vincent Schiavelli, eterno actor secundário para quando era preciso um personagem bizarro. E a Jamie Lee Curtis, cujas cenas foram apagadas. E ela em 1984 era a rainha das gajas boas.
Isto sim é uma boa sugestão cinematográfica! Vou já procurar isto no… MOV… kof kof
Eish o que me foste lembrar…tava a ver que era o unico gajo que tinha curtido deste filme… vi-o uma vez em puto e, por coincidencia, apanhei-o ha uns tempos no MOV…