Nenhum filme exemplifica com tanta fidelidade a violenta efervescência hormonal pós-puberdade como Porky’s. Ver este filme foi durante muitos anos ritual de iniciação do jovens imberbes ao fabuloso mundo do deboche que prometia um futuro radiante pleno de sexo sem fim à vista, tal manual de iniciação para saber como não agir numa casa de alterne e para gerir erecções involuntárias. Além disso servia como detector de receptividade sexual, uma vez que todas as gajas que se rissem das badalhoquices e que engolissem em seco durante as cenas mais eróticas eram garantidamente carne para canhão.
Não podemos, porém, associar este filme aos modernos filmes de ritual de passagem para adolescentes ou dizer que se trata do American Pie dos anos 80. Porky’s, visto agora com os olhos da desilusão de todas as promessas falhadas da adolescência, é um filme profundo, uma caracterização das dores do crescimento. Não se trata apenas de um grupo de amigos que se esforça de modo sobre-humano para obter serviços sexuais (grátis ou pagos), mas de uma gama completa de problemas relacionados com a agrura de entrar no mundo dos adultos. Temos violência doméstica, sexo e prostituição sem falsos moralismos, crime, abuso de poder e a omnipresente humilhação pública. Tudo embrulhado num filme que em nada tem a ver com a limpeza politicamente correcta dos filmes que nos apoquentam hoje em dia. É, digamos, divertidamente profundo.
Por lá também se pode ver a pelagem púbica de Kim Cattrall, de um tempo anterior ao tempo, antes de ser aquela carcassa ninfomaníaca com tendência para a zoopoligamia, do tempo em ainda lubrificava naturalmente. Jovem, firme, inocente e, muito importante, de rabo ao léu. Rabo intocado ainda pela cruel ditadura do bisturi estético. Um belo rabinho, portanto!
Curiosamente não me lembrava que o filme era passado nos anos 50. Além de um boa narrativa temos uma caracterização de época muito interessante, com toda uma indumentária rockabilly e os fabulosos carros. E com uns pequenos elementos multimédia vos deixo, na esperança que façam deste um mundo melhor ou que, pelo menos, não estraguem mais do que que está.
Cá está, Kim Cattrall de rabo ao léu!
Apesar de eu ser mais novo que os Porky’s, cresci a ver isto! E com crescer refiro-me a 4-7 anos de idade. Só me fez bem, e hei-de garantir que os meus filhos um dia tambem vejam (ou pelo menos é o que penso agora…).
Pois, eu esqueci-me também de mencionar que eu não o vi em 82 quando estreou. O seu grande impacto em Portugal foi na altura do boom dos clubes de vídeo, ali entre 86/88. E foi também nessa altura que o vi. Repetidas vezes…
Um filme que resiste ao tempo. Para além da curiosidade Kim Cattrall, tem cenas que ainda hoje me fazem rir bem alto. Não sei se é por terem ainda realmente piada, ou se é por me fazerem sentir novamente um miúdo na adolescência.
“Um belo rabinho, portanto!” hehehe
Uma das comédias da nossa infância a par do Gelado de Limão 🙂
olha um chewbacca pa sexta 🙂 http://bitcast-a-sm.bitgravity.com/slashfilm/wp/wp-content/images/ZZ00EAB7F5.jpg