Apesar de ser um sci-fi geek que não resiste a nenhuma premissa do espaço e de qualquer uma das 11 dimensões conhecidas (por mais idiota que seja), nunca nada no mundo dos Men in Black me atraiu. Não são filmes de ficção científica, no seu verdadeiro sentido, são publicidades de duas horas que se preocupam imenso com o estilo de vestir, os acessórios, o coolness azeiteiro sem prestar grande atenção à componente de ficção científica. É o Will Smith Gettin’ Jiggy e o Tommy Lee Jones a fungar de tédio e a dar a entender que se soubéssemos os verdadeiros segredos do universo o nosso cérebro entraria em colapso perante a magnitude deste conhecimento proibido. Depois tudo se resume a cães que falam, gremlins que fumam, carros que voam e óculos Rayban. A verdadeira ficção científica é um MacGuffin. Digamos que segue uma lógica usada abundantemente em Hollywood, que é a lógica da batata.
Não esperava nada de especial deste terceiro volume das aventuras desinteressantes da maior agência do universo. Nem mesmo com o isco do anúncio de um orçamento do 300 milhões de dólares que, sinceramente, nem se nota na produção. É o mesmo esquema narrativo de sempre, da Terra em perigo, do vilão que destruiu mil mundos mas que falhou no planeta mais low tech do universo conhecido com um twist aparvalhado e perfeitamente anedótico de viagem no tempo.
Como tal não vou tecer um ode de fúria nem de disfunções intestinais que me terá provocado, não vou dizer que mereciam que se lhes fosse arremessado com uma catapulta umas belas toneladas de estrume de vaca. O que eu acho, muito sinceramente, é que MiB teria muito mais potencialidade para ser uma série de TV, daqueles mistos de sci-fi com comédia e dramas familiares, como foi Sliders nos anos 90 ou outros tantos que podemos chamar como exemplo. Porventura com protagonistas de cachés mais modestos e menos exuberantes. Podíamos ver os episódios ao domingo à noite enquanto comíamos gelado e tentávamos gerir a depressão de pré-segunda feira.
Mas pensando melhor, acho que a maior parte das pessoas só vai ver MiBs por causa do Will Smith. Não sei, ignorem tudo o que leram até agora e voltem para o Facebook ver as vossas amigas boas em bikini e tentar arranjar um clip porn em baixa resolução que possa dar a sensação que é a mesma… Ou então outra coisa qualquer.
Respeitando a tua opinião Pedro, acho que tens uma perspectiva exigente sobre o MiB. É um filme para um público mais infanto juvenil. Ou pelo menos é assim que eu me recordo dele. Quando vi o primeiro, não devia ter mais de 15 anos. Não tendo sido a melhor produção que tinha visto até então, adorei o filme. Hoje se vir de novo, provavelmente é uma seca. Foi o que me aconteceu com muitos filmes que adorei na altura. Reconheço que não eram, nem são bons, mas adorei-os.
Ed, eu adormeci duas vezes a tentar ver o filme. Mas essa questão do infanto juvenil também me ocorreu quando o vilão da coisa espeta um linguadão de 2 metros numa tipa no início do filme.
A idade não perdoa…:)