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The Last Stand (2013)

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O senhor Arnold Alois Schwarzenegger está de volta. Depois de um intervalo de 10 anos para fazer o serviço político obrigatório do clã Kennedy, Arnie volta ao cinema de acção e da violência gratuita. Estaria a mentir se dissesse que este regresso me é indiferente, afinal de contas estamos a falar do herói da nossa adolescência, o protagonista dos Terminators, de Commando, Predator, True Lies, Total Recall ou Conan (o que não é homem-rã). Impulsionado por esta nova onda de “I’m too old for this shit” movies, Schwarzenegger optou por fazer mais uma perninha a assentar bofetada de criar bicho, distribuir balázio e atirar oneliners relacionadas com os problemas da velhice.

Depois de dois Expendables já reduzi bastante as minhas expectativas em relação a comebacks. O conceito é interessante, os nossos heróis de outrora no mesmo filme a fazer o sabiam fazer tão bem. É, no entanto, necessário algo para colar tudo. Um argumento que consiga, no mínimo, arranjar uma razão para que aquelas pessoas estejam juntas no mesmo espaço. Um motivo plausível para que honrados anciãos tenham saído da reforma para devastar propriedade privada e assentar sopapo indiscriminadamente. É preciso também saber gerir os egos, dar tempo e lugar a que estes mastodontes da chacina abram as suas asas e voem, nem que seja para atravessar gloriosamente a estrada. Os filmes foram divertidos e nostálgicos, mas fica sempre aquela sensação de desânimo, ainda que dissimulada em orgulho ferido e em memórias desfeitas.

Em The Last Stand foram aplicadas valiosas lições aprendidas nos Expendables, à excepção das omnipresentes piadas do reumático. Arnie não abocanha o filme todo e dá espaço aos seus confrades para brilhar, sejam eles vilões ou good guys. E só o faz para que se perceba que já não tem idade para ser o John Matrix, já não pode correr e saltar, decepar inimigos com uma mão enquanto arranca estilhaços de granada do próprio corpo usando os dentes. Digamos que se trata de um John Matrix na reforma. Este tipo de liberdades tem os seus nefastos efeitos secundários. Dois, pelo menos. O mais irritante sidekick de todos os tempos, o insuportável jackass Johnny Knoxville. Superlativo e facilmente destacável em caso de haver necessidade de cortar 20 minutos numa edição mais curta. Forest Whitaker… O que dizer? Bem, o estilo pachorrento, ligeiramente estrábico e intuitivo não cabe aqui. Ficar~lhe-ia bem o papel principal num remake de Colombo.

É de louvar que Arnie tenha regressado ao activo num filme R Rated, o nosso “Maiores de 16”. O que significa que não há entraves à linguagem mais dura e à violência menos contida. Ultimamente os estúdios têm abandonado este modelo de rating porque lhes afasta uma faixa demográfica muito importante das salas, os putos ranhosos. É um formato mais livre para os visionários alargarem os horizontes da imaginação sem se preocuparem com as susceptibilidades da efervescência adolescente. Aqui é um ponto ganho, até por que umas pernas sem torço a dar os últimos passos na sua carreira de vilão é sempre algo poético de ser ver.

É um filme simples, sem tons de cinza, de bons e maus, branco e preto, sem as complicadas gradações de personalidade que permitem que se possa matar sem remorso. Afinal de contas era apenas mais uma erva daninha da sociedade. Arnie diverte-se e nós também. Porque é curto e directo ao assunto, porque é brainless e podia ser horrível e detestável. Mas não é porque tem o nosso paizinha cinematográfico e nós estar-lhe-emos sempre gratos por isso.

Nota: Em Portugal levou uma classificação para “maiores de 12”, que as nossas crianças não são piegas.

1 Comment

  1. Isa

    Um filme do Ti Arnaldo é sempre um bom filme 😀 já tiveste oportunidade de ver o Escape Plan?

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