Cinéfilos mais atentos já devem ter-se deparado com cenas de insinuação sexual, violência ou moral debochada em filmes antigos e terão perguntado a si próprios “como é isto possível num filme de 1929?“. No inicio dos anos 30 a famosa MPAA achou que havia algum descontrolo por parte das produções de cinema dos estúdios de Hollywood. Demasiado sexo, profanidade, álcool e violência.Um horror! Um dia, enquanto snifava cocaína das costas de um escravo tailandês e era oralmente aliviado por duas prostitutas menores, um director da MPAA terá decidido criar um código de conduta e ética de referência obrigatória. Havia de se acabar com os exageros dos filmes. “Coxas? Ligas à vista? Fumar e beber? Não, não…“, vociferava o director da MPAA nos eventos de “tiro ao negro” organizados pelos colegas do KKK. “Isto há-de acabar. E é já!“. E foi nessa noite, depois de um jantar de bifinhos de Panda e creme de golfinho, que decidiu escrever o código que haveria de mutilar irreversivelmente a criatividade de Hollywood.
Criou um código de ética pelo qual os grandes estúdios teriam que formatar os seus filmes de modo a proteger as criancinhas e impor a sua habitual moral e bons costumes. Mais do que um manual de referência, era vinculativo. Foi de tal modo violenta a transição que os argumentistas e realizadores sentiram que as suas produções não tinham o impacto esperado. Saíam inicialmente frouxos e moles. No seguimento deste trapalhona cruzada moralista os estúdios fizeram este belo cartaz de protesto com as belas carnes de Hedy Lamarr. Deixo-vos também o link para que se possam inteirar do ignóbil código Hays e das suas consequências.
A sua influência fez-se sentir entre 1930 e 1967. A lista incluía “Don’ts” e “Be carefuls” que podem consultar na ligação em epigrafe.
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