Mockbusters ou clones zero orçamento de empresas como a Asylum é fugir a sete pés. A maior parte das vezes são exploitation a roçar os “direct to trash” clonando os conceitos de obras famosas. Transmorphers, Atlantic Rim, Snakes on a Train, Titanic 2… Um rol de compostagem pronta para ser atirada para os pântanos do eterno esquecimento. Ora acontece que às vezes são só filmes de terror série Z elaborados a partir de conceitos pouco abordados pelo cinema generalista. Desta vez, enrolado num tufão de lançamentos, iludido por capas lustrosas e moçoilas robustas vestidas para o excesso de calor, tropecei num filme de 80 minutos que parecia perfeito para uma quarta-feira às 23h. É certo que já teria que me deitar depois da meia-noite, desaconselhado a um idoso, mas a vida é curta para perder muito tempo com ponderações inúteis.
Dos realizadores de Ghost Shark, Swamp Shark, Arachnoquake, Trailer Park Shark, Nightmare Shark, Salt Water Atomic Shark ou Cold Moon Shark, Nathan e Griff Furst, chega a obra seminal acerca de cães selvagens e assassinos mordidos por morcegos ainda mais selvagens e assassinos.
Violet é uma rebelde que é convidada para uns dias numa ilha privada com influencers. Malta das criptomoedas e videos de cu. A ilha está infestada por matilhas de cães raivosos e assassinos, os tais que foram mordidos por morcegos, e esta malta do tiktok vê-se de repente no centro de um reality show em que têm que sobreviver aos cães.

As coisas começam a correr mal quando aparecem os efeitos especiais. Sabem bem do que estou a falar, o CGI da Asylum em que parece que pouparam nas horas de rendering, os movimentos são arrastados e os objetos em CGI alternam a formam quando mudam de sitio. E toda a computação gráfica mal cozinhada parece sempre que se está a derreter, como se fosse tudo feito em cera de Fátima.
A cheerleader do Heroes é actriz neste filme para aparecer no inicio e no fim. Coitada, já deve estar com 82 anos mas tem sempre que fazer o papelito da teenager. Cheia de cintas de emagrecimento e estuque de maquilhagem. O filme é super violento e tem piada. Pelo excesso, pelo absurdo, pela completa ausência de lógica narrativa, pelo continuidade vagabunda das cenas e mesmo pelo péssima qualidade de representação que é transversal a todos, incluindo à moça isco Hayden Panettiere.

Se é para ver influencers da Prozis e gajas seminuas patrocinadas por sites de apostas a serem esquartejadas por matilhas de cães raivosos, contem comigo. Ainda por cima só percebi no fim, quando li qualquer coisa sobre o filme, que os cães eram os maus do filme. Que raio! Então com tanto parolo a fazer diretos para o Instagram a falar de produtos patrocinados e miudas que caminham exageradamente bamboleantes para chamar atenção para os seios e os pobres canitos é que são os maus? Este mundo está perdido.


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