Desde 24 de Junho de 2003

Author: pedro (Page 5 of 39)

Léxico Xunga #01 – “Fatiar Fiambre”

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Ficar a fatiar fiambre – Expressão para quando o cinéfilo vem para o Facebook perguntar “Hey amigos, acham que deva ver este filme?” e entretanto gera-se uma conversa cuja duração excede a do próprio filme. No final o sujeito acaba por não ver o filme, por não ver enriquecida a sua experiência cinematográfica e fica com uma sensação de vazio equivalente à expressão “O que ando eu a fazer com a minha vida?”. Por vezes começa a pensar numa relação afectiva anterior que terminou não resolvida, bebe vodka e adormece a chorar em posição fetal no sofá  enquanto contempla o restos de pizza bolorentos e cotão do chão da sala que já não vê aspirador há 3 meses. Outras vezes não pensa mais nisso e vai à sua vida.

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Empire International Pictures

A Empire Pictures foi uma produtora sediada em Roma que produziu alguns dos mais obscuros clássicos de videoclube. São suas produções tornadas culto como  Re-Animator,Trancers, Ghoulies, Terrorvision ou From Beyond, mas também são seus os sórdidos Sorority Babes on Slimeball Bowlorama e Assault of the Killer Bimbos. A empresa esteve no activo entre 1983 e 1988 tendo atingo o seu pico em 1985 com êxitos de bilheteira e mercado de aluguer.

Deixo alguns posters dos seus filmes. Independentemente da qualidade cinematográfica, os posters são de uma luxuosa arte que já raramente se vê.

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As primeiras impressões do Netflix português

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Há cerca de um ano este blog que vos escreve ganhou a categoria “melhor artigo de cinema” dos célebres TCN Blogs Awards com um texto que se entitulava “E o Netflix português? (o estado da nação)“. Entretanto, com a aproximação da implementação nacional desta plataforma, as minhas expectativas foram baixando. O mercado português não tem espaço para uma plataforma destas, uma vez que não acarreta poupanças, ao contrário do que acontece nos seus mercados de origem. Além disso, os downloads alternativos no videoclube do povo estão demasiado enraizados na nossa cultura para começar a pagar por hábitos que são, até à data, tendencialmente grátis. Ora, eis-me aqui com uma conta aberta e uma experiência curta mas intensa da plataforma. Valerá a pena despender uns 10 euros mensais extra no Netflix?

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Galeria Back to the Future Day

Hoje é o célebre 21 de Outubro de 2015, dia em que Marty McFly chega no seu DeLorean viajante no tempo para se maravilhar na majestosa cultura do séc. XXI. De todas as previsões de Back to the Future 2, uma delas foi mais certeira que Nostradamus. As sequelas estão completamente fora de controlo. Jaws 19 é na realidade Sharknado 3. Depois de 4 Jaws,  2-Headed Shark Attack, 3-Headed Shark Attack, Jurassic Shark, Dinoshark, trilogia Shark Attacks, Ghost Shark, Shark in Veneza, Sharktopus vs. Pteracuda, Sharktopus vs. Whalewolf, Mega Shark Versus Crocosaurus e os 3 Sharknados.

Fica esta bela galeria de arte com um bónus muito especial, a capa do jornal do dia em que o filho de Marty é preso pela impiedosa polícia do séc XXI.

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Commando explicado às crianças

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Este fim de semana perguntei à minha filha de 5 anos se queria ver o Commando comigo. Ela, formatada pelas opiniões da mãe, parte do princípio que todos os filmes que o pai vê são horríveis pastas de terror, morte, cocó e xixi (mas com menos piada). Ora, tive que puxar por mim para a convencer e expliquei-lhe que o filme seguia a seguinte narrativa:

O rei Matrix e sua filha, a princesa Jenny, moram no mais belo castelo no alto da mais alta montanha. Passam o dia a passear pelas frondosas florestas de castanheiros a brincar com os animais e a comer gelados. Ocasionalmente o rei finge estar distraído e a princesa Jenny suja-lhe o nariz com gelado caseiro de mirtilhos. Um dia o bondoso rei deu folga a todos os soldados para que possam passar o feriado do reino, o Festivus, com a sua família. Nesse mesmo dia, aproveitando o rei e a princesa estarem a fazer cupcakes de morango, o invejoso feiticeiro Bené invade o castelo. O corajoso rei consegue bloquear a invasão e manda alguns ajudantes o maléfico feiticeiro para o céu dos maus. No entanto o feiticeiro consegue enganar o rei e rapta a princesa. O rei, furioso, promete apanhar o maléfico feiticeiro e dar-lhe uma valente tareia.

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O embuste Ninja dos anos 80

embusteninjaO “ninja” é um guerreiro medieval japonês encarregue de matar samurais. Enquanto que o samurai se orienta por um complexo e vinculativo código de ética, os ninjas eram carteiros, peixeiros, pescadores, correctores da bolsa, amoladores de tesouras, decoradores de interiores, etc que se dedicavam a matar sem escrúpulos, escondidos pelo negrume da noite. Ora, nos anos 80 Menahem Golan terá lido meia página na diagonal de um livro de História e decidiu fazer um filme de ninjas. Não o normal ninja japonês, muito desinteressante. Golan criou um ninja mágico, místico, indestrutível, demoníaco, metafísico… Esse filme, Enter the Ninja (1981) haveria de moldar a imagem do ninja na moderna cultura popular, criando um símbolo de guerreiro perfeito, invisível e imbatível. Os que vestem de preto e branco, porque os vermelhos e amarelos são o equivalente às camisolas vermelhas do Star Trek. Só lá estão para fazer “blarghhhh” depois de 3 segundos de tempo de ecrã.

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Mission: Impossible – Rogue Nation. The Chinese Connection

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Apesar de nunca ter sido grande fã de Tom Cruise, várias são as vezes que admito publicamente que é o actor que melhor gere a sua carreira. Tanto pela escolha como pelo papel de produção que desempenha quase sempre para garantir que as coisas correm como planeado, ou pelo menos como ele planeou. Este último Mission Impossible acabou por ser mais fraquinho que os outros, sendo ainda assim um blockbuster acima da média. Não por ser um bom filme, mas porque a média é baixa. E posto isto de parte queria falar-vos na nova tendência de investimento de dinheiros chineses em blockbusters. Reparei que Mission Impossible 5 foi produzido pelo China Movie Channel e pelo Alibaba Movies. Ora, não tenho nada contra as co-produções, sendo uma estratégia muito usada na Europa para unir esforços em pequenas produções para criar obras maiores, que de outra maneira não teriam possibilidade de existir. Com os blockbusters a conversa é outra. O próprio conceito de negócio é maximizar o lucro, vender produtos em paralelo e espalhar ideologias. O blockbuster americano já é um género muito condicionado em temas que pode abordar porque tem que abranger uma gama imensa de público para fazer dinheiro. Nos Estados Unidos são inúmeros os tabus, sejam religiosos, políticos ou morais. Todos sabemos quais são porque vimos blockbusters desde a nascença. Imaginem agora um pequeno exercício matemática de grupos, em que interceptamos os tabus americanos com os chineses e ficamos com uma lista ainda maior de tabus. Se mais um ou outra cultura quiser também investir (muçulmanos, indianos, tailandeses, etc) o âmbito de coisas a abordar tende para zero.  Fiz-vos uns gráficos para elucidar a questão.

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John Wayne corta um bolo para celebrar 40 anos a fazer cinema. A foto foi tirada na estreia de True Grit (1969), realizado por Henry Hathaway e protagonizado pelo próprio Duke. A acompanhar a lenda estavam  Lee Marvin, Clint Eastwood, Rock Hudson, Fred MacMurray, John Wayne, James Stewart, Ernest Borgnine, Michael Caine e Lawrence Harvey. No bolo está escrito “The Big Trial -1929” de Raoul Walsh, o seu primeiro filme como protagonista e “True Grit –  1969”. Curiosamente True Grit valeu-lhe o único Oscar da carreira, uma espécie de Lifetime Achievement Award.

Todas as mulheres heterosexuais tiveram que ser mantidas a mais de 1000 metros de distância sob o risco de se incendiarem e desintegrarem perante tal massa crítica de virilidade. Ainda assim centenas de moradoras das redondezas apareceram grávidas sem nunca terem provado o fruto do coito.

A Velha Escola

The Visit (2015)

The Visit (2015)

Há cerca de duas dezenas de anos saiu uma NewsWeek cuja capa é hoje motivo de chacota em todo lado que se fala de cinema. Dizia “M. Night Shyamanigans: Next Spielberg”. É verdade, procurem no google. Hoje isto pode soar a exagero, mas na altura tinha algum fundamento. M. Night Shimantics tinha acabado de realizar Sixth Sense e meio mundo tremia orgasmicamente perante aquele fim. Uau, carago, U-A-U! Este homem estava preparado para tomar o planeta de assalto. Ainda realizou Unbreakable com algum fulgor e começou a perder gás com Signs. Toda a gente queria gostar daquele filme, mas era merda. Já o gajo vivia do twist. “Ai ó pá, o twist”. Depois saiu Village e por esta altura já toda a gente se preocupava mais em procurar o caralho do twist do que ver o filme com atenção. Aliás, Midnight Shynanigans é provavelmente o assassino do twist narrativo em cinema. Já parece mal dizer twist, parece uma artimanha manhosa como dream sequence ou deus ex-machina. Mas não é, o twist tem arte e se procurarem há belas lista de frondosos filmes com twist. Agora chamam-lhe “reveal” para não se confundirem com a escumalha dos twist. Ora, a carreira do nosso amigo indian-american haveria de ver dias terríveis. The Lady in the Water, The Happening, The Last Airbender e After Earth arrastaram-no para a lista dos “realizadores putéfia“, os chamados tarefeiros. Bem pagos, grandes orçamento, o habitual freakshow ambulante que é a promoção de blockbusters. Porém o nosso amiguinho castanho-claro acabava as noites a chorar em posição fetal. “Valha-me Shiva e Ganesha. Tanto talento desperdiçado, meus deuses!” pensava. E com razão. O controlo artístico era-lhe completamente removido. Muito glamour, é verdade. Mas os filmes eram hediondos e o seu rabo latejava constantemente pela sodomia corporativa de que padecia diariamente.

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madmax

Mad Max foi um low budget (a fugir para o No Budget) que se transformou num sucesso internacional a quebrar todos os records do cinema australiano e a fazer de George Miller um mestre artesão. A dinâmica das filmagens foi uma das principais razões do sucesso, a sensação de “estar lá” no meio da acção. Isto só foi possível graças a uma equipa de cameramans com nervos de aço e testículos de titânio , como se pode ver na imagem de cima. Coloco aqui também a cena completa onde foi usada esta audaz filmagem.

A Velha Escola

Como profundo admirador de artes alternativas, realidades paralelas, mashups, “what ifs” e afins não posso deixar de partilhar alguns posters para grandes êxitos do momentos refeitos no passado. É certo que este tipo de posters não são nenhuma novidade, mas este lote é  especialmente perspicaz no casting. Só o facto de se terem lembrado dos obscuros êxitos pós-apocalípticos spaguetti de Fred Williamson já valeu a pena o espaço em disco e os 13 segundos de vida que perdem a passar aqui os olhos na diagonal.  Além disso são todos, como dizem os jovens na Internet, “spot on”.

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O making of de uma cena icónica de Ghostbusters em que os técnicos de efeitos especiais aproveitam para acariciar as rijas carnes de Sigourney Weaver. Correu um rumor na Internet de que o gajo que lhe apertou uma mama era o marido dela. Não me parece, no entanto, que aquele meia leca penteado como um vendedor de automóveis fosse capaz de controlar esta toura endiabrada.

A Velha Escola

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Uma das polaroids de continuidade de The Shining. Neste caso era usado para garantir que a cena continha os mesmos elementos e que estavam na mesma posição quando se retomava a filmagem no dia seguinte. A indicação aqui é que se deva retirar aquela caneca branca. Jack Nicholson, como sempre, em forma. E Kubrick, como sempre, à beira de um enfarto do miocárdio.

A Velha Escola

 

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Cinéfilos mais atentos já devem ter-se deparado com cenas de insinuação sexual, violência ou moral debochada em filmes antigos e terão perguntado a si próprios “como é isto possível num filme de 1929?“. No inicio dos anos 30 a famosa MPAA achou que havia algum descontrolo por parte das produções de cinema dos estúdios de Hollywood. Demasiado sexo, profanidade, álcool e violência.Um horror! Um dia, enquanto snifava cocaína das costas de um escravo tailandês e era oralmente aliviado por duas prostitutas menores, um director da MPAA terá decidido criar um código de conduta e ética de referência obrigatória. Havia de se acabar com os exageros dos filmes. “Coxas? Ligas à vista? Fumar e beber? Não, não…“, vociferava o director da MPAA nos eventos de “tiro ao negro” organizados pelos colegas do KKK. “Isto há-de acabar. E é já!“. E foi nessa noite, depois de um jantar de bifinhos de Panda e creme de golfinho, que decidiu escrever o código que haveria de mutilar irreversivelmente a criatividade de Hollywood.

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John Carpenter

Antes que o remake nos venha violar novamente as memórias do belo cinema que nos fez ficar colados para sempre aos anos 80, fica este belo snapshot com o mestre dos mestres e o seu mandarim que haveria de dar nome à tradução portuguesa do título do filme, que era “Jack Burton nas Garras do Mandarim”. O título original todos sabemos qual é.

A Velha Escola

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A  galeria Spoke Art de São Francisco reuniu em 2014 os seus mais cinéfilos colaboradores para uma exposição dedicada ao mestre absoluto de todas as coisas. O resultado é o sonho húmido de qualquer fã que não hesitaria mudar a decoração da sala com este lote. Arrancando no processo todas as fotos das crianças, do casamento, daquelas férias em Albufeira na casa do primo emigrante e os detestáveis bibelots que os familiares mais desprezíveis nos trazem como que para esfregar na cara em sinal de “sou mais bem sucedido que tu que ainda estás a pagar prestações do Fiat Punto“.

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Citizen Kane foi um filme inovador a muitos níveis e continua ainda hoje a ser uma referência na escola do impacto visual da sétima arte. No entanto tenho falado com muito noviço que se recusa a vê-lo por uma miríade de razões, todas elas relacionadas com a omnisciência da juventude. Deixo aqui umas capturas para que possamos admirar o hipnótica mestria visual de um jovem estreante de 25 anos que viria a mudar o paradigma da cinefilia, criando ondas de choque que ainda hoje continuam a influenciar gerações inteiras de realizadores. Oremos.

Citizen Kane

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