Desde 24 de Junho de 2003

Category: Cinema (Page 11 of 27)

VHS for dummies!

Há uns dias percorria os sempre hilariantes foruns de suporte da Zon quando me deparei com um fabuloso post onde um cliente se queixava que as boxs HD+DVR gastavam tanta electricidade ligadas como desligadas. A resposta pronta de um moderador oficial foi que “é necessário que assim seja para que o equipamento possa estar sempre pronto a gravar”. Um outro utilizador retorquiu,e com toda a razão, que já em 1986 os gravadores de vídeo faziam esse exacto trabalho sem precisarem de artifícios preguiçosos com o absurdo consumo das ZonBoxes. E neste argumento este prezado utilizador se viu desamparado, porque dos poucos utilizadores que sabiam sequer o que era um gravador de vídeo, não havia nem um que o sabia programar para gravação temporizada. O que me levou a este tópico que noto fazer falta na Internet: Rebobinador? Será mesmo necessário ou é mais um mito urbano?

Continue reading

Machete (2010)

Chega ao fim mais um ano. Na minha lista de rascunhos procurei algo que estivesse pendurado injustamente. Pesco este Machete que mantive em banho maria por demasiado tempo. Não posso dizer que Machete seja a minha paixoneta cinematográfica do ano porque sou uma pessoa com grande dificuldade em demonstrar entusiasmo ou qualquer estado emocional que requeira algum nível de euforia. Mas que Machete foi um belo filme de 2010, isso não podemos negar. Não será certamente uma mensagem inspiradora que possa criar benevolência e ondas universais de filantropia. Não. É apenas divertimento no seu estado mais puro. Mas atenção, não é divertimento para todos, é para quem o conseguir inserir no seu lugar. E também é o uso mais divertido de um intestino humano desde o Braindead de Peter Jackson em 1992 ou as filmagens de Tomás Taveira em 1989.

Continue reading

The Adventures of Buckaroo Banzai Across the 8th Dimension (1984)

O género cinematográfico “alienígena escaganifobético” não é um exclusivo dos últimos anos. Cada época, cada cinematografia ou onda tendencial tem os seus exemplares. The Adventures of Buckaroo Banzai Across the 8th Dimension é um delírio dos anos 80, uma obra de tão genial bizarria que não podemos evitar fazer constantemente a pergunta “Como é que alguém autorizou tal coisa?”. Rock star, neurocirurgião, físico quântico, herói da banda desenhada e aventureiro. Apresento-vos Buckaroo Banzai, herói nipo-americano capaz de salvar o planeta Terra das garras dos demoníacos seres da oitava dimensão, todos chamados John.

Continue reading

2001 Descodificado – Porque é que HAL 9000 enlouqueceu?

Nos dias que correm é comum algum amigo info-nabo nos dizer “Ai, ai, o meu computador anda doido!…“. Mas apesar de tudo, essa epidemia de insanidade informática que parece afectar apenas talegos é uma metáfora para “Sou burro mas nunca me apercebi e andei a mexer onde não devia. Agora fodi o meu computador e ando à procura de algum amigo informático que possa perder várias noites do seu precioso tempo livre para o arranjar. De borla…” Existe no entanto uma pessoa que se pode queixar literalmente da loucura do seu computador: David Bowman, o único sobrevivente do ataque provocado pela insanidade de HAL 9000. Mas porque é que HAL se revelou um autêntico psicopata, matando o colega de Bowman, Dr. Frank Poole, juntamente com os três astronautas em hibernação na Discovery?

Continue reading

O peso da idade – Chewbacca à Sexta!

Trinta e tal anos depois, Chewbacca e Leia volta a encenar o momento que os fez famosos nos foruns de fanboys pela Internet fora. Com um quilos a mais e com Chewbacca a denotar algum desgaste na prótese total paga por um famoso apresentador de um talk show, podemos finalmente interiorizar que se há algo com que não devamos mexer é com as nossas memórias de infância. Será agora muito mais complicado encebar o mastro e fantasiar com a Princesa Leia. Mas não de todo impossível… Os créditos vão todos para este artista. Há lá mais fotos e bem mais ousadas. Já ouviram falar da posição Wookie Style? Está lá…

Get Him to the Greek (2010)

Nos anos 80 o humor era dominado pelos irmãos Zucker e pelos seus alucinados filmes propulsionados a Leslie Nielsen, lenda da comédia que há pouco nos abandonou. Nos anos 90 os irmãos Farrelly dominavam o mercado com filmes desvairados com excesso de fluidos corporais para o gosto de toda a gente. Nos dias que correm o humor mainstream americano parece ser dominado comercialmente pelas comédias Apatow, uma espécie de Saturday Night Live 2.0 que vive  do excesso de explicações para situações banais da condição humana, de  desconforto circunstancial e da aproveitação abusiva de substâncias alteradoras de consciência. Comum a todas estas épocas estão os artifícios narrativos desonestos e excessivamente reciclados, o problema é que eu estou a ficar velho demais para achar piada a um badocha drogado a enfiar uma bola de cocaína no cu depois de se ter vomitado para cima do seu próprio casaco.

Continue reading

2001: A Space Odyssey Descodificado

2001: A Space Odyssey de Stanley Kubrick é um dos melhores filmes de todos os tempos, facto indiscutível. Seja num top 100, 50, 10 ou mesmo 5, este tem que lá estar. Apesar de ser um filme de colossal magnificência é também um dos mais incompreendidos  da História do cinema. O que se passa? Qualquer aspirante a cinéfilo o quer ver, e uma vez visto passa-se rapidamente do desencanto à decepção. Mas quer se goste ou deteste, quer se compreenda ou não, o filme fica a martelar no cérebro. Um latejar omnipresente que nunca mais nos largará, como aquela luz vermelha de HAL. Que filme é este? O que é que ele nos quer dizer?  Poderei sacar gajas à sua conta? Passemos então à desmistificação e descodificação deste que é o clássico dos clássicos. Escusado será dizer “SPOILER ALERT“!

Continue reading

The Incredible Shrinking Man (1957)

Uma das minhas mais remotas memórias de serões televisivos é deste magnífico filme de Jack Arnold, mais concretamente da cena em que um homem minúsculo combate ferozmente uma aranha peluda. Lembro-me de o ter visto no “Segundo Canal” e ainda não sabia ler, tinha que ser o meu pai a explicar-me o que diziam as legendas. Ora feitas as contas, foi ainda nos anos 70… Eram noites frias de inverno sem aquecimento central e televisão a preto e branco sem controlo remoto. Era um tempo anterior ao tempo em que a simples ideia de aparar pêlos púbicos parecia um conceito de ficção científica.

Continue reading

The Hurt Locker (2008)

Nunca fui apreciador de Oscars ou eventos de atribuição de prémios em geral, porque não gosto que decidam coisas para mim. Mas como não vivo numa caverna do Azerbeijão acabo sempre por levar com as avalanches de notícias relacionadas com estes eventos nos dias seguintes. É complicado tentar perceber factos concretos, porque parece ser mais importante o estilista de determinada actriz, informação de box office perfeitamente inútil ou rumores que envolvam invariavelmente Angelina Jolie e a sua atarefada vagina. Mas estranhei o OVNI vencedor deste ano, com aquela sensação que todos conhecemos, que é ver um cavalo sentado num sofá a beber chá numa reunião da Tupperware.

Continue reading

Sherlock Holmes (2009)

Quando em 2004 estreou a série House M.D., os seus criadores não tiveram pejo em admitir a sua principal inspiração para tão exótico personagem: Sherlock Holmes. 6 anos depois é a vez do rabo torcer a porca. Fomos então presenteados por um Sherlock Holmes fortemente baseado no Dr. House. Inteligente, mestre da dedução, irascível, controlador, possessivo, violento, sem aparentes princípios morais ou o mais pequeno sinal de respeito pelos seus iguais, permanentemente ensopado em opiáceos e com a fantástica capacidade de transformar um pedaço de aparente solidariedade em mais um acto de cruel egoísmo. E é por isso que o amamos.

Continue reading

Bruce Campbell (Hail to the king, baby!)

Sou um gajo mais direccionado para realizadores, directores de fotografia ou outros cargos menos cénicos e confesso que dou menos valor a actores. Temos actores terríveis que sob a batuta certa desempenham papéis excepcionais. Vejam o exemplo de Ben Stiller, o mais insuportável traste a caminhar a Terra. A cada filme dele o meu coração morrer um pouco. Mas sob a direcção de Wes Anderson em The Royal Tenenbaums fez um trabalho exemplar. Ou Jeremy Irons, em tempos visto como a excelência, hoje em dia anda de cuecas em produções mainstream cujo índice de pirosice parece sair fora do gráfico.

Mas enquanto o meu lado direito do cérebro perde tempo com estas hesitações idiotas a afirmar não ter actores favoritos, o outro lado tosse levemente para chamar a atenção e sussurra de modo sexy «Bruce Campbel». E de repente se faz luz. Quem mais? Quem mais poderia escolher para actor favorito e icónico senão este anti-herói nato, mestre chacinador de zombies e com uma tendência para o lado negro. Ficam três filmes do mestre. Salvo seja…

Continue reading

Scott Pilgrim vs. the World (2010)

Correio dos leitores: Querido cinemaxunga, há uns tempos o meu marido pediu para lhe meter o dedo no ânus enquanto fazíamos amor e ele disse nunca ter tido um orgasmo tão intenso como nesse dia. Passados um dias pediu-me para ser mais audaz e uma coisa levou a outra e a semana passada os vizinhos chamaram a policia e levaram-nos o casal de contorcionistas vietnamitas especializados em casais, um anão malabarista, um touro mecânico de marca Virix com as extensões Falix 2 e GigaFalus, um conjunto de buttplugs com crina de cavalo em forma de monumentos nacionais e um pé de borracha com meia perna  (modelo realista Cristiano Ronaldo com 3 modos de vibração). Tivemos que passar a noite na prisão, coisa que não nos teria incomodado não fosse uma corrente de ar incómoda e persistente. Percebemos na altura que deviamos ter comprado os fatos em cabedal e em vez de PVC que deixa passar o frio. Tivesse trazido a chave das algemas e poderia ter ajudado o meu marido que se viu impedido de protestar devido a um bocal de bola asfixiante (com ventilação assistida, obrigatório pelas leis da UE) e coleira com trela que os polícias insistiram que mantivesse para as fotos. A minha dúvida é: vale a pena ir ver o Scott Pilgrim ao cinema? Ou devo esperar por um dengoso domingo à tarde na TVI?

Continue reading

La Horde (2009)

A honestidade é algo de se louvar nos dias que correm. E neste filme devemos honrar essa mesma qualidade, quando aos 7 minutos um dos protagonistas diz “Estamos aqui hoje para um banho de sangue!” seguido de uns créditos iniciais minimalistas ao estilo grindhouse. E é isso mesmo que temos, um banho de sangue à francesa. E quem tem seguido o cinema de terror francês nos últimos 5 anos sabe perfeitamente que não é nenhuma pêra doce, porque no que diz respeito a carnificina estes gauleses são loucos.

Continue reading

Close Encounters of the Third Kind (1977)

O grande público é uma entidade viva, mentalidade de colmeia, que possui qualidades de consciência colectiva que retém apenas pedaços de informação para formar aquilo que se convencionou chamar “realidade selectiva”. A realidade selectiva não é a realidade tal como individualmente a sentimos, é uma versão simplificada e ligeiramente viciada da verdade dos acontecimentos. No que diz respeito a Steven Spielberg, essa realidade selectiva parece ter obscurecido alguns pontos da sua carreira que merecem alguma reverência. Na área dos “filmes com extra-terrestres”, o E.T. parece ter engolido todas as luzes da ribalta, deixando em segundo plano esse monumento ao grande cinema que é o Close Encounters of the Third Kind.

Continue reading

MacGruber (2010)

Por muito amante do cinema que se seja, há sempre que ponderar o que se assoma perante nós. Quando um filme se insere num determinado template percebemos claramente o rumo que os acontecimentos vão tomar. Temos duas opções. O filme é bom e queremos ter o prazer de o ver todo ou dá para perceber que vai ser o mais degradante espectáculo que alguma vez vomitado por um ecran. Apesar do tempo perdido parecer relativamente inócuo à altura em que o gastámos estupidamente, um dia vamos estar a sobrevoar o Atlântico e o piloto avisa que o avião se vai despenhar em chamas numa zona infestada de tubarões e pensamos em tudo o que podíamos ter feito e não fizemos e no tempo de perdemos em idiotices. E esse filme que falei anteriormente vai martelar a nossa consciência até ao limite máximo da exaustão, até que a última tíbia seja deglutida pelo sistema digestivo de um jovem tubarão branco com ambições de liderança.

Continue reading

The Thing (1982)

Este filme não o apanhei no cinema, com 9 anos não teria permissão. Mas assim que me foi oferecido o meu primeiro VHS subornei o funcionário do clube de vídeo com uma caixa de meia dúzia de pastéis de Tentúgal. A outra meia dúzia seria entregue quando me guardasse o Terminator. Alugado a uma sexta, foi visto uma dezena de vezes durante o fim de semana por exércitos de putos que entravam e saiam de minha casa. Uns eram amigos outros pagavam vinte escudos e não podiam falar durante o filme sob ameaça de tempestade de calduços. Antes de ser entregue foi copiado 3 vezes e as suas cópias de cópias vendidas a 200 escudos mais o preço da cassete. Fotocópia da capa era mais 15 escudos. O lucro deu para comprar dois discos de Megadeth, três Ginas e um alicate de cortar ferro.

Continue reading

Toy Story 3 (2010)

Foi agora encerrado um capítulo que teve início numa preguiçosa tarde de 1995, quando um jovem estudante de engenharia informática se dirigiu sozinho a uma sala de cinema para ver o primeiro volume de Toy Story. Na altura esse jovem indolente de longos cabelos desgrenhados ponderava trocar um futuro promissor como baterista de uma modesta banda de Rock’n Roll por uma carreira nas tecnologias de informação, abandonar a farta gadelha que parecia fazer parte do seu ADN e juntar-se a um exército de engravatados que estava prestes a controlar o mundo. Mas aquilo que seria um retiro espiritual numa sala de cinema rapidamente se transformou num fascínio de tal magnitude que a decisão do rumo de vida ficou adiada. Toy Story era o início de um admirável mundo novo.

Continue reading

The Walking Dead

Estreou finalmente a série The Walking Dead. Depois de meses de espera eis que nos chega a casa o episódio piloto e é tudo aquilo que poderíamos esperar. Uma fotografia de excelência, um cuidado especial com os cenários, um estilo de filmagem muito cinematográfico, uma produção superior que honra a BD que lhe deu origem. Ora a BD que lhe deu origem é assunto que não vou tocar porque, só aqui entre nós, ninguém gosta de chicos espertos que comparam o livro com o filme, principalmente se não leram o livro. Eu já desisti (recentemente) desses exercícios pouco produtivos de análise cinematográfica. Mas no que diz respeito à série de TV The Walking Dead, estamos perante o início de uma bela amizade.

Continue reading

Severance (2006)

Cada vez mais o mundo se leva a sério. Demasiado a sério! É um sinal dos tempos. Ninguém gosta de ser menosprezado, existe uma tendência de dar valor demais coisas que realmente não o têm. Olhem o cinema actual, por exemplo! Mais do que filmes que se levam demasiado a sério (e logo aí perderem toda a piada), temos exércitos de pessoas que os levam a sério só porque o marketing ditou que assim tinha que ser, e depois têm medo de parecer menos inteligentes, eloquentes ou enciclopédicos que os seus compinchas. Mas felizmente que essa tendência não é globalizante. Filmes como Piranha, Machete ou este muy british Severance vêm demonstrar que o cinema divertido, descomprometido e de qualidade não está morto, ao contrário dos seus personagens que aparentam alguma dificuldade em manter a sua integridade física, seja por  perigo de degolação, mutilação, perfuração severa ou traumatismos múltiplos provocados por objecto contundente, condição normalmente conhecido por “facada no lombo”.

Continue reading

A Nightmare on Elm Street (2010)

Olhando para trás apenas podemos dizer da saga “Nightmare on Elm Street” que se tratou de um série directa, honesta e trabalhadora. Não fosse a criação de um personagem icónico, e Elm Street seria mais uma rua onde um slasher movie esventrou meia dúzia de pirralhos mimamos que no auge uma fervilhante tempestade hormonal nem percebiam muito bem o que lhes tinha ceifado a vida. Filme após filme, matança após matança, foi ganhando omnipresença na cultura pop e hoje Freddy Krueger é imortal, a par da cantilena que o imortaliza. E eis que uma Freddy ressuscita  como um homem diferente para mais uma série de promissores banhos de sangue. Mais taciturno e pouco dado a oneliners humorísticas, este Freddy esforça-se imenso, mas nunca será um Robert Englund, um tipo que mesmo sem maquilhagem faz borrar as calças a um forcado amador.

Continue reading

« Older posts Newer posts »

© 2025 CinemaXunga

Theme by Anders NorenUp ↑