Nos dias que correm é comum algum amigo info-nabo nos dizer “Ai, ai, o meu computador anda doido!…“. Mas apesar de tudo, essa epidemia de insanidade informática que parece afectar apenas talegos é uma metáfora para “Sou burro mas nunca me apercebi e andei a mexer onde não devia. Agora fodi o meu computador e ando à procura de algum amigo informático que possa perder várias noites do seu precioso tempo livre para o arranjar. De borla…” Existe no entanto uma pessoa que se pode queixar literalmente da loucura do seu computador: David Bowman, o único sobrevivente do ataque provocado pela insanidade de HAL 9000. Mas porque é que HAL se revelou um autêntico psicopata, matando o colega de Bowman, Dr. Frank Poole, juntamente com os três astronautas em hibernação na Discovery?
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2001: A Space Odyssey de Stanley Kubrick é um dos melhores filmes de todos os tempos, facto indiscutível. Seja num top 100, 50, 10 ou mesmo 5, este tem que lá estar. Apesar de ser um filme de colossal magnificência é também um dos mais incompreendidos da História do cinema. O que se passa? Qualquer aspirante a cinéfilo o quer ver, e uma vez visto passa-se rapidamente do desencanto à decepção. Mas quer se goste ou deteste, quer se compreenda ou não, o filme fica a martelar no cérebro. Um latejar omnipresente que nunca mais nos largará, como aquela luz vermelha de HAL. Que filme é este? O que é que ele nos quer dizer? Poderei sacar gajas à sua conta? Passemos então à desmistificação e descodificação deste que é o clássico dos clássicos. Escusado será dizer “SPOILER ALERT“!
O que é um filme de culto? Bem, um filme é considerado de culto quando reune um grupo de pessoas sem vida social para o ver o maior número de vezes que conseguem, e se possível, bêbedos. São aquele filmes antigos (e por vezes recentes) que fazem vibrar pessoas de óculos de massa e com quantidades massivas de tempo livre. Lembro-me de um filme que via com exaustão. Chamava-se “Green Slime” e era uma ópera halucinogénica dos anos sessenta com monstros verdes do espaço e gajas de mini-saia. Cada vez que alguem me dizia “Mas isto é uma merda!“, eu respondia com o cerimonial “Amigo, isto é um filme de culto“. Isto provocava sempre um aliviar de situação em que a outra pessoa dizia “Ah, Ok!” e voltava a adormecer.
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