O cinema de terror tem-se vindo a tornar cada vez menos literal. Nos anos 70 e 80, os monstros eram mesmo monstros, normalmente gerados a partir de fobias coletivas populares. Radiação ou detritos tóxicos que mutavam animais e pessoas, fruto da iminente guerra nuclear que estava sempre ao virar da esquina. Fantasmas e entidades do sobrenatural, oriundos de crenças ainda reais, da bicharada mágica do além. Zombies e sobreviventes de um mundo ríspido, pós-nuclear e pós-apocalíptico. Ou os extraterrestres que, finalmente, vinham cobrar as suas dívidas a este planeta emprestado. Ultimamente, principalmente com o advento da omnipresente A24, começou a materializar-se o processamento do luto e das fobias. As doenças mentais tornaram-se os novos monstros e, como se costuma dizer em tom de máxima galhofa: “os monstros somos nozes”.

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