O thriller, enquanto policial obscuro quase a roçar a ténue fronteira com o filme de terror ou paranormal, está a definhar. Uma tendência popularizada por Hitchcock e eleita ocasionalmente por realizadores competentes para exercícios de estilo, saudosismos ou para contar uma história com mais densidade do que é previsível num filme mainstream. E se é certo que na maior parte das vezes o resultado acaba por se vaporizar para o eterno vazio da memória cinematográfica mundial, também é certo que por vezes aparecem obras excepcionais, histórias que nos amarram como octopodes viscosos e só largam depois do climax narrativo.
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Gus é um rapaz que nasceu com um “defeito de fabrico”, é narcoléptico. Adormece ocasionalmente sem ter controlo sobre isso. Não arranja empregos duradouros, tem uma vida pessoal complicada. A sua esposa, paixão de infância, é a galdéria da aldeia. O seu melhor amigo aspira ser o melhor karateca do mundo. Também aspira bastante cocaína e cerveja é ao garrafão. Gus sonha grandes aventuras cinematográficas e depois expressa-se por banda desenhada. Van Damme aparece, qual aparição celestial, como guru espiritual. Os vilões são um casal de gémeos ex-campeão de patinagem artística que agora seguem uma rentável carreira de assassinos contratados, sem no entanto terem mudado a indumentária.
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