Desde 24 de Junho de 2003

Tag: marketing

The Force Awakens: J.J. Abrams, o anti-Lucas

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Andava Chewbacca numa mercearia e escolher fruta para uma festa de Natal que iria organizar em casa quando a seu lado se assomou uma criança. Sorrindo para a gentil besta peluda, a criança abriu a boca e deixou sair um sonoro e esganiçado “grawwrrwwaurr”. Chewbacca rolou os olhos e perguntou. “Gostaste do filme puto?”. O miúdo meio atordoado de ver Chewbacca a articular palavras humanas responde “Humm… Filme?”. “Sim, o filme!”, diz Chewbacca a ficar irritado com a perda de tempo. “Não sabia que também havia um filme. Só tenho tua máscara, os Legos, os bonecos, as t-shirts, as meias, as cuecas, um tapete, mobiliário, a decoração do quarto, o relógio, papel higiénico, papel de alumínio, frangos assados do “Reino da Frangália” com embalagem em carbonite, aqueles novos sacos para apanhar a merda de cão, o shampôo que uso quando acaba o bom, serviços de louça, faqueiros, uma fiambreira que faz os sons de Tie Fighters para a frente e dos X-Wing para trás, o casaco do meu cão, a capa do telemóvel da minha mãe, as chinelas de quarto do meu pai, uns balões muito fininhos de marca control que minha mãe tira do fundo da gaveta para quando o Sr. Anacleto da farmácia lá vai a casa entregar o Ben-U-Ron, as novas embalagens de Ben-U-Ron e um conjunto de agricultura macrobiótica para ambientes árticos que o meu pai comprou porque estava com 40% de desconto”.

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Os posters de The Shining rejeitados por Kubrick

No processo de criação de um filme é frequente o realizador não estar directamente envolvido em alguns aspectos, como o marketing por exemplo. Tal não era o caso de Stanley Kubrick, obsessivo em todos os aspectos do processo de desenvolvimento do filme, desde o catering aos detalhes de projecção em sala. Para a promoção de The Shining, Kubrick contactou o designer Saul Bass (que colaborou anteriormente com ele em Spartacus) para criar o poster final. Várias foram as propostas rejeitadas por Kubrick, cada uma delas com anotações justificativas. Deixo alguns desses posters. Se clicarem na imagem conseguem ampliar.

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E o Netflix português? (o estado da nação)

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Todos os meses aparece um paneleirinho no telejornal com uma resma de folhas, listagens de impressoras matriciais em papel contínuo, a dizer que o mundo está mal e os lucros caem porque Portugal esconde o pior antro de pirataria de que há memória no planeta nos últimos 1000 anos. Que não consegue pagar as prestações dos BMWs e das casas do Algarve. Que se fosse ele a governar, mandava enforcar mil putos que fazem downloads “ilegais”, para dar o exemplo, e que devia dar em directo na TV no Zig Zag da RTP2 para as crianças aprenderem que piratear conteúdos pode correr mal. Esse mesmo paneleirinho é mais tarde chamado ao tribunal onde apanha um puxão de orelhas porque violou quantas leis existem de privacidade e as suas bases de dados não obedecem a uma única directiva da comissão nacional de protecção de dados. Que afinal até usou software pirata para elaborar os resultados porque “desconhecia que o Office era a pagar”. Esta última parte já não passa no telejornal das 20h porque não tem o glamour necessário para meter desdentadas de 91 anos a elaborar opiniões baseadas em preconceitos sócio-culturais colonialistas e orientações católicas pré-concílio vaticano segundo. E com isto fica a ideia de que somos todos uns ladrões que não querem pagar a magnifica qualidade e variedade de produtos de preço acessível que o mercado nacional nos disponibiliza em prol de uma nação desenvolvida sob a batuta da excelência artística. A verdade é que isto é a mais vil mentira. Um grupo restrito de distribuidores quer extrapolar os lucros oferecendo horríveis produtos a preços pornográficos e querem que o público os consuma à força, sob pesada ameaça, apoiados por um sistema que os protege e obriga o seu povo a empobrecer para que estes tipos possam brilhar na bolsa, nas reuniões com as empresas mãe e naquelas reuniões secretas onde invariavelmente alguém acaba voluntariamente a oferecer uma rodada de felácio*.

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Pragas Cinematográficas: Os Reboots

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Que histórias irão ver os nossos filhos ver nos cinemas? As mesmas que nós! E que histórias irão ver os nossos netos nos cinemas? As mesmas que os nossos filhos. E são exactamente iguais? Não. Irão ser aguadas, estupidificadas e polidas ao ponto de daqui a 15 gerações todo os filmes serem um lençol branco, ao vento, com uma música da Enya e uma mensagem final que envolve, invariavelmente, a força da amizade, tretas religiosas e uniões politicamente correctas que são inversamente proporcionais à hipocrisia de raízes satânicas praticados pelos grandes estúdios, que no futuro serão apenas 2: Sony Pictures e Sony Pictures Kids…

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