Todos temos os nossos rituais, sejam satânicos ou convencionais, sejam obsessivos compulsivos, entrar sempre com o pé direito ou limpar a gaita aos lençóis depois do acto ignorando os pungentes apelos femininos de que há lenços na primeira gaveta. Eu não sou diferente de ninguém e tenho os meus que, vim a aprender com o tempo, são perfeitamente normais. Dormir com t-shirts publicitárias, começar sempre uma viagem com “Nothing Really Ends” dos dEUS, rapar o escroto e fazê-lo reluzir com azeite virgem antes de ir à pastelaria ao domingo de manhã comprar pão e ler o folhetim do sindicato dos talhantes de Serpins e, ritual cinéfilo, ver um filme diferente de zombies nazis uma vez por ano.
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Depois da balbúrdia deixada na Europa dos anos 40 por Adolf Hitler e o seu séquito de fanboys, pouca simpatia passaram a colher junto das populações. É certo que lhes era reconhecido bom gosto em vestuário, maquinaria e objectos de adorno pessoal, mas chacinar meio continente com o pretexto de que não se dão bem com vizinhança barulhenta raramente gera empatia junto daqueles que apreciam viver sem a eminente ameaça da execução sumária. Há, no entanto, duas notáveis excepções para estes safardanas de belas casacas, falas rudes e apreciadores de um reluzente prepúcio intacto: o Nazi zombie (clássico intemporal) e o Nazi do espaço. Eu não acredito em nazis que se esconderam no lado negro da Lua durante quase 70 anos a criar uma sociedade ariana e tecnologia bélica capaz de obliterar grande parte do hemisfério norte do planeta Terra, mas que os há, há!
O sangue jorra num festim imparável de carnificina, miolos e pedaços de osso trespassam as objectivas num infindável jogo de matança sádica, a audiência paralisada de estupefacção espuma de nervoso miudinho e excitação face à postuma justiça para com os crimes do Holocausto, acção tão electrificante que não temos tempo para processar o que acabamos de presenciar. Verdade? Não, mentira!…
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