Invejo esta juventude que se inebria instantaneamente com arte. Que perante uma avassaladora dose de poesia, lirismo ou cinefilia se deixam incapacitar fisicamente com a sensibilidade, como se o talento e genialidade criativa os deixassem em coma catártico e por momentos etéreos padecem de “Oh my god it’s full of stars”-ismo. Porque eu sou um talego, um calhau emocional incapaz de absorver a beleza artística, mesmo que ela me seja arremessada pela própria incarnação física e cientificamente provada do deus Apolo. Lá vou melhorando com a idade, a experiência. Filmes que achava merdosos passam a fazer sentido, sentimentos que em tempos classifiquei como “de velho” fluem agora livremente por mim. Todo este processo leva o seu tempo, é como os corais ou o musgo, vai conquistando o seu espaço, vai alterando a nossa percepção, amadurecendo. A experiência é, na maior parte das vezes, a maior aliada do cinéfilo lento. Quero com isto dizer que não compreendo como se vêem agora por aí putos com 17 anos que descodificaram o sentido da vida pela cinematografia de Bergman, compilam teses académicas sobre a comoção que lhes causa o neo-realismo italiano ou como absorvem o essencial da vida pelas alegorias neuro-boémias da Nouvelle Vague. Quando eu aos 17 anos nem a moral do primeiro Rambo percebia muito bem. Este excesso de academismo e o atalho na ciclo natural da cinefilia não é, na opinião deste abandonado escrivão, saudável. E assim chegamos a Frances Ha, um filme bonito e de bela representação, mas carcomido no seu núcleo.
Tag: new york
Pouco se sabe de Old York, apenas que era uma cidade em Tattoine que foi destruída pelo impacto acidental de uma Orca Espacial perdida do seu bando. Muito tempo depois, numa galáxia distante, um grupo de arquitectos Imperiais descendente dos Skywalker terá colonizado um planeta a que chamaram terra e replicaram a cidade renomeando-a de Nova York, depois dos nomes “Lindalha”, “Ass Emporium”, “Cocó Solene” e “Lamoienedaux-de-Chateu-Gateux” terem sido recusados.
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