Se me pedissem para fazer um biopic de “Dubya” Bush só me vinha à cabeça qualquer coisa com Leslie Nielsen numa sucessão interminável de gags slapstick que, apesar de parecerem exagerados, seriam apenas a retratação exacta das coisas que ele fez nestes anos todos. Mas se me dissessem “Ah, mas é para estrear quando ele ainda é presidente“. Aí ponderaria mais o meu guião e tirava grande parte do ridículo e a vertente anti-cristo que o parece envolver. Sim, porque eu (tal como Oliver Stone) prezo o meu lombo livre de bastonadas.
Stone teve uma aproximação a esta questão um bocado infeliz, porque em vez de fazer uma biografia coesa e linear, optou por intercalar o antes/depois da presidência e limitou-se a filmar “episódios” já conhecidos, embelezar tudo com pouca imaginação e muita cinematografia. Não é coisa má de se fazer, só que aqui soa a oportunidade perdida.
Acaba por ser um manta de retalhos de “mitos” acerca da vida de Bush e episódios mais conhecidos do trio Bush / Cheney / Rumsfeld. Nunca chega a cativar como filme, não deixa saudades e cairá depressa no esquecimento.
Salve-se a caracterização impecável dos actores e a maneira sublime como imitam os personagens que retratam. Destaque para Josh Brolin e Richard Dreyfuss. Este último a fazer um perfeito Cheney. De arrepiar a espinha…
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