Sou fã de Rob Zombie. Mais pela música do que pelos filmes. Dos seus filmes anteriores recordo com alguma nostalgia as suas semelhanças com as sua banda White Zombie e a sua carreira a solo. E se fosse amigo pessoal dele, agarrava agora neste preciso momento no telefone, ligava-lhe e dizia “Rob, vai-te foder! Para a próxima vez que estragares um mito e um icon de culto usando a puta da tua esposa como protagonista, pode ser que acordes com uma cabeça de cavalo enfiada no cu…”.
Não, Halloween não é um filme horrível, é apenas desnecessário. Porquê recriar plano por plano um filme que já existe e com resultados superiores a este? Porquê actualizar Halloween com o imaginário White Trash em que Sheri Moon Zombie faz a usual ordinária galdéria? Eu andei uns tempos à espera deste filme e sinto-me tão gorado nas minhas expectativas que sinto vontade de queimar os meus vinil de “La Sexorcisto: Devil Music, Vol. 1” e o meu CD (original e pago com o meu suor) “Astrocreep 2000”. É que na realidade este é apenas mais um daqueles amaciados e engomados remakes de famosos filmes de terror de culto, como Amytiville, The Hills Have Eyes, Texas Chainsaw Massacre ou o descaradamente fotocopiado Psycho de Gus Van Sant.
Os personagens são tão unidimensionais, teenagers para mostrar as mamas, problemas tão idióticos incapazes de gerar empatia e a necessidade de todas as gajas teres as mamas de fora para morrer. Deprimente. O mais triste é que esta porcaria vai fazer mais dinheiro nas bilheteiras do que o seu preço de custo, o que implica automaticamente uma continuação. E vamos ter aqui mais um franchise de remakes de sequelas. Não consigo imaginar nada estupidificante do que isto, mesmo equacionando a nova Vila Faia ou os incontáveis spin-offs de Morangos Com Açucar.
Como filme isolado sem precedente de peso, poderia ser um passo de gigante na carreira de Rob Zombie, mas ficamos com a ideia de que são apenas fotocópias a cores, um rabinho de velha lavado, maquilhado e perfumado. O monte Vesúvio dos clichés.
Rob, vai-te foder mesmo.