Natal, ai o Natal. Essa época do ano em que o marketing nos diz que somos péssimas pessoas se não gastarmos todas as nossas poupanças a comprar inutilidades aos nossos conhecidos. A époco em que, aparentemente, somos todos amigos. A época em que enchemos de SMS’s pré-fabricados os telefones de todas as pessoas da lista, incluindo aqueles de quem nem nunca sequer ouvimos falar. Uma vez recebi um SMS natalício de um tipo que me ameaçou com atropelamento dois dias antes.
É com o espírito de completo desprezo pelo mercantilismo natalício que nos aparece este Santa’s Slay, um guilty pleasure como há muito não se via. Claro que já todos nós vimos uma ou outra vez um Evil Santa Claus. Até mesmo no centro comercial há sempre um ou outro pai natal que gosta mesmo é de rabinho de menino. Mas este, meus amigos, este é especial. É um pai natal assassino dotado de grande sentido de humor e de grande imaginação, nunca repetindo uma matança.
Para começar temos aquilo que é provavelmente o melhor início de um filme dos últimos 10 anos. 10? 50… Numa típica família americana cristã (branquinha), com toda a hipocrisia que lhe é reconhecida, aparece o pai natal janela abaixo. À mesa estão, entre outros, a Nanny (Fran Drescher). O cãozito, coitadito, é o primeiro a marchar. Depois, com uma morte mais criativa que a anterior, lá vão eles todos entregar a alma ao criador. Daí até o Pai Natal chegar à cidade montado no seu búfalo voador é um instante. Pelo caminho ficam algumas mortes por atropelamento e umas one liner’s tão deliciosas quanto secas.
Não é, portanto, um filme para todos. É para quem tem algum sentido de humor e gosto pela série B (Z?) no seu mais puro estado. Não tem lógica absolutamente nenhuma? Pois claro que não, mas o que é que isso interessa? O guião é perfeitamente idiota? Claro que é, e depois? Os actores são tão foleiros que as suas tentativas dramatismo induzem numa gargalhada colectiva que quase nos falta o ar? Sim, e nós gostamos… É só violência gratuita, que não poupa nem sequer um cãozinho? É sim senhor e só de pensar nisso fico aqui com um sorriso que pareço um daqueles junkies que consomem uma chouriça de ganza no Festival do Sudoeste. É que, sinceramente, nada ali interessa para a evolução da narrativa, construção de personagem ou o que quer que seja. Nós queremos é sangue, SANGUE…
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