Confessions of a Shopaholic (2009)

Já não há linchamentos como antigamente. A última vez que organizei um só compareceram duas pessoas. O meu carteiro e um vizinho de infância. O carteiro acabou por desistir porque tinha percebido “lanchezinho” no papel que lhe enviei devido à minha terrível caligrafia, mesmo quando uso o Word. O meu vizinho é um tipo que uma vez tentou abrir uma pastelaria, mas queria fugir ao cliché de “Doce qualquer coisa”. Então tentou o salgado, para se especializar em folhados e coisas assim. Escolheu o nome “Vaquinha Salgada”. Obviamente não teve grande sucesso mas acabou por reciclar o nome num club de strip. Correu melhor financeiramente, pelo menos até umas bastonadas no lombo terem acabado abruptamente a sua meteórica carreira de “agente da noite”. Tinha problemas com a documentação das empregadas. Uma delas, a Suelen, era inclusivamente um homem chamado Carlão da Verga Longa na sua terra natal.

Anyway, este vizinho também não serviu muito para o linchamento porque é preciso um braço forte para aplicar o alcatrão e as penas e o gajo era dados aos prazeres do ócio, vindo a sofrer de uma overdose antes do final da reunião. São coisas um bocado embaraçosas de encarar, sobretudo se se trata de uma reunião com duas pessoas e a overdose de sacarina.

Ainda assim não desisti da ideia de linchar alguns distribuidores de cinema em Portugal. É complicado ir linchar os produtores aos States, não é bom para as relações diplomáticas e podemos vir a inspirar um filme igualmente digno de linchamento. É um ciclo infinito que eu não quero alimentar.

Desculpem se vos roubei tempo precioso. Eu nem sequer vi este filme… A minha esposa viu-o de raspão e mesmo ela que adora filmes de gaja torceu o nariz. Que mais provas são precisas para crucificar e apedrejar publicamente um filme?