Fernando Fragata é um tipo obcecado pelos EUA. Tão obcecado que até foi para lá morar. No seu currículo tem já alguns filmes de algum impacto comercial em Portugal. Foi o realizador do mui badalado Sorte Nula, filme que decepcionou apesar de todo o hype que o envolveu. Foda-se, eu até lhe fiz uma entrevista sacada a ferros por causa do preconceito do nome “Cinema Xunga”. Tssc, tssc… Onde ia? Ah, obcecado… Bem, e então resolveu dar um estilo mais americanado (vertente acção) à sua cinematografia. Coisa que nem sempre resulta, mas neste Pulsação Zero é uma maravilha de se ver.
Pulsação Zero tem o mérito de ser um filme de acção português… Raios, acho mesmo que é o único filme de acção português. Esta frase anterior é suficiente para, com todo o preconceito que nos é reconhecido, bazar a sete pés. No entanto é uma agradável surpresa. Porque isto da acção não é tudo, Pulsação Zero é dotado de um argumento bem esgalhado que pretende não deixar dormir ninguém.
Num ritmo nonstop, com bom trabalho de câmara (maioritariamente na mão), este filme não deixa ninguém sequer respirar e pensar na cena anterior, uma vez que novas tropelias estão constantemente a infernizar o pobre Alex. O filme é bem encadiado e a montagem ficou muito bem. Será talvez o melhor trunfo do filme. O argumento é desesperante, claustrofóbico e arrepiante, se bem que lá para o fim (cerca 70% dentro do filme) já começa a soar um bocado a exagero e artificialismo narrativo.
Em termos de direcção de actores, acabo por se safar, se bem que não compreendo o que raio faz ali o Olavo Bilac. É em casos como Santos e Pecadores, Delfins ou Pólo Norte que defendo a reforma antecipada. E fazer um gabinete do governo que procure bandas não editadas e tentar abater algumas antes que propaguem o 1º album. Não seria bom se esse gabinete existisse na altura em que o João Pedro Pais ganhou aquele concurso na TV? E os Nirvana? Não era bem haver um organismo federal americano que tivesse analisado a música da altura para chegar à conclusão que o primeiro disco dos Smashing Pumpkins (lançado na mesma altura) era melhor que o Nevermind e que se calhar o Billy Corgan até era um tipo bem mais fodido que o Cobain, mas com apidão para tocar guitarra?
Nalgumas situações Fragata é exímio em contornar a questão do orçamento e levar a melhor com algum engenho. O Padre baterista é sem dúvida um dos melhores personagens que alguma vez vi num filme português. Até se calhar mesmo em filmes internacionais. O humor às vezes é que falha um bocado, mas pronto, basta um gajo não se rir e esperar pelo que vem a seguir.
Pulsação Zero foi um dos telefilmes da SIC. Essa série teve o mérito de tentar aproximar o público do cinema português, mas hoje em dia parece que já toda a gente se esqueceu. É estranho como o pessoal esquece certas coisas assim importantes e outras ninharias são relembradas até à exaustão, como aquela vez que o Sporting ganhou 7-1 ao Benfica.
É pura diversão e entertenimento. Às vezes resulta, outras não. Mas no geral safa-se.
Nunca vi este filme, mas há que dizer que me deixaste de certa forma curioso para o ver… Além disso fizeste-me lembrar do Babo-te Teresa com essa dos telefilmes da SIC.
E eis o comment do segundo Pedro Pereira, lol: Eu vi-o parcialmente quando foi exibido na SIC, como tenho um “carinho” especial pelo Olavo Bilac não consegui apreciar a coisa. Apesar de tudo, acho que o referido canal de TV merece uns créditos por tentar dinamitar a coisa!
Não querendo parecer um nerd da pirosice nacional, aponto uma gralha no teu texto. Na verdade, o JPP NÃO venceu a edição do Chuva de Estrelas a que te referes. Ficou atrás da Inês Santos, que cantou Sinead O’Connor. Sei-o perfeitamente porque, para grande trauma meu, votei no gajo! But gimme a break, tinha onze anitos… :p
2 Pedros Pereiras distintos? Wow…
Este blogue está infectado de Pedros! “Despedretização”, já!!
Agora fiquei curioso para ver isto…
Já que falas aqui do Fernando Fragata, seria interessante tentar saber mais sobre o seu proximo filme. Encontrei esta página com o primeiro teaser trailer http://www.FilmeContraluz.com
Para mim é um dos melhores filmes Tugas. Parabens.
Alguem sabe onde comprar online o Album dos Riddle com o tema Snowing Outside.
Esta musica é digna de fimes de hollywood
O filme é muitas vezes indicado como telefilme, mas não o é este filme foi feito para passar no cinema, e assim foi, a sic apenas ajudou financeiramente o filme, alias o mesmo tevo apoio do ICAM ( acho que é assim que se chama), instituição essa que só ajuda filmes e não telefilmes, é obvio que este filme sendo uma co-produção da sic que passe no seu canal mas isso não faz deste filme um telefilme.
Falando do filme em si acho genial mesmo, um filme de baixo orçamento ( custou cerca de 260m€) mas com muita acção e com twists atrás de twists, um dos bons filmes portugueses e o melhor na minha opinião em termos de acção propriamente dita feito por cá
Recomendo a verem