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I Sell the Dead (2008)

Quantos entre nós não se terão já interrogado acerca do tipo de vida que levavam as pessoas que arranjavam os mortos para o Dr. Frankenstein retalhar e escolher as melhores peças? Ou mesmo para aqueles visionários que se lembraram que poderiam saber alguma coisa sobre o corpo humano esquartejando cadáveres? Certamente não acreditam que o Sr. Dr. Victor Frankenstein, homem de boas famílias e educação superior, fosse ocasionalmente para o cemitério de pá e picareta escolher os mais frescos e viçosos pedaços de anatomia humana. Nada disso! Exércitos de salteadores de cemitérios e de defuntos em geral não davam descanso nem aos mortos para ganhar a vida. E é desta gente que trata o nosso filme de hoje. Tal como a classe de trabalhadores que retrata, é simples mas honrado.

I Sell The Dead é contado em estilo de flashback por um salteador de cemitérios que explica a um curioso inquisidor (inquiridor?) como se processa o negócio da apanha, embalagem e distribuição de cadáveres roubados. Se na primeira meia hora de confissão as coisas parecem bastante standard, com cadáveres a serem roubados de cemitérios e mesmo de velórios, a certa altura começam a aparecer as histórias daqueles que , apesar das aparências, se recusam a manter mortos.

E é aqui que entram os vampiros, lobisomens e mesmo zombies. Sim, neste filme a ressurreição é um evento bastante comum, facilmente resolúvel com uma picaretada no crânio. Se à primeira vista estas frases pode parecer tão inesperadas como ridículas, o certo é que no filme acaba por ser um desenrolar natural da narrativa. Isto porque os mortos-vivos nunca tomam conta do filme, sendo meros acessórios para contar aquilo que é verdadeiramente o foco do filme: o negócio dos mortos.

Um filme bastante alternativo, daqueles que passavam indetectados não fosse uma escassez de conteúdos obrigar-me a ver a única coisa que tinha naquela pen, num quarto de hotel sem Internet e sem oferta de pornografia. De principio ao fim mantive o dedo premido no botão de Stop a pensar “vá, só mais cinco minutos.”, mas quando dei por ela vi tudo de ponta a ponta sem me aperceber da passagem do tempo.

Tem um curioso leque de actores, nomes sonantes sem serem super estrelas. Ron “Hellboy” Perlman de frade detective, um personagem que dificilmente poderia ser dado a outro actor. Um bom sentido de humor e sem nunca ceder ao facilitismo de dar protagonismo aos mortos-vivos, que estão lá, maquilhados e bem caracterizados, facilmente aproveitáveis para carniçaria. Ideal para o pináculo do Verão, para quando já nem podemos ver nem mais um blockbuster sem nos vomitarmos todos pelas calças abaixo.

1 Comment

  1. Renato Bispo

    Este filme foi uma surpresa agradável,até porque nem estava à espera de grande coisa!Mas é uma hora e meia bem passada.
    Descobri que quem fez este filme é uma produtora de filmes de terror independente chamada glass eye pix (http://www.glasseyepix.com/ aqui fica o link para quem estiver interessado),que também fez o interessante filme House Of The Devil que é um tributo aos filmes de terror dos 80s.
    Parabéns por este blog,tem posts brutais além de ter piada como o caral… 😉

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