Todos nós temos que lidar com a existência de filmes no nosso plano dimensional que só por si justificamo fim da liberdade de expressão. Tudo bem, desde que não sejamos importunados por eles. Mas isso era antes. Antes de haver 1382 canais de TV e video on demands e infernais quantidades de conteúdo semelhante a uma lixeira a céu aberto que ejacula milhares de horas de programação de inenarrável fedor para dentro dos nossos lares sem pedir permissão. Elaborei uma lista de 5 desses filmes que toda a gente adora, mas que nos fazem secretamente sentir a gonorreia de mil leprosos a cada vez que os apanhamos num zapping.
5. Pretty Woman (1990)
Um principe encantado dos tempos modernos enamora-se por uma prostituta de rua depois de ter pago uma fortuna para não lhe tocar sequer. Nem uma mamada ou um dedinho curioso… Nada. Quando penso em putas de rua, daquelas que atacam à noite nas avenidas escuras das grandes cidades só me vem à cabeça o seguinte: herpes, gonorreia, sida, cocaína, heroína, toxicodependência, alcoolismo, dentes todos podres, hálito a cadáveres em decomposição desde 1996 e mais três tipos de Sida (daquela que corrói o latex). Daí a dificuldade que tenho em assimilar aquele argumento.
4. Lost in Translation (2003)
Uma Scarlett Johansson enjoada com uma vontade enorme de cometer adultério é apenas tolerada pela presença dos seus formidáveis seios. Bill Murray aprecia a sua companhia e tem imensa pena que ela não tenha completado recentemente o seu 12º aniversário. Um filme ideal para trintonas que julgam ver ali a sua história de vida por nunca estarem satisfeitas com a sua situação actual, mesmo que essa situação seja tudo aquilo que sempre desejaram nos últimos 29 anos. Um filme que tem os seus dotes mas que para o fim se arrasta, gordo e demasiado inflado, que se leva demasiado a sério por uma falta de sentido de humor crónica de Sofia Coppola, que terá escutado atentamente as directivas do seu papá, segundo as quais as comédias nunca ganham oscares. Mas há uma coisa que não podemos negar: quem não gosta de ver japoneses a fazer palermices?
3. The Passion Of The Christ (2004)
Um filme gore, sangue, tripas, matança e carnificina de que não há memória no cinema mainstream e que leva exércitos de velhas clérigos, sacristões e sodomitas em geral aos cinemas não é natural. Excepto se servir para criar uma panela de pressão de ódio contra aqueles que são responsáveis pelos maiores problemas da humanidade, incluindo o massacre do próprio Messias, o filho de Deus na Terra: os Judeus. Isto, claro, segundo a visão alcoólica e tremida de um Mel Gibson que em tempos teve imensa piada a chacinar tribos de canibais motoqueiros nos desertos de uma Austrália pós-apocalíptica. Argumento: Jesus Cristo é preso e barbaramente torturado durante 90 minutos sem razão aparente. Para breve a sequela: The Revenge of The Christ.
2. Home Alone (1990)
Um filme pode ter imensa piada. Mas à 12356ª vez começa a perder algum interesse. Nem sei bem o que se passa neste filme. Mas todos os santos domingos à tarde lá estão aqueles 2 atrasados mentais a apanhar com latas na cabeça e escorregar para cima de um chão coberto de pregos, enquanto uma criança com problemas emocionais alienado pelos próprios pais e família ri desenfreadamente apesar de ter sido deixado ao mais bárbaro abandono por uns pais mais interessados em laró do que no bem estar dos seus filhos.Um filme que não poderia ser rodado actualmente porque uma narrativa que tem como personagens centrais dois homens adultos e uma criança fechada dentro de uma casa invoca invariavelmente para um imaginário de enrabanço.
1. Titanic (1997)
Não sei o que será pior. Se o enfado de passar 3 horas da mais pura claustrofobia a ver um romance tirado da Revista Maria que desenrola lentamente na direcção de um final justo, se a banda sonora da mais pirosa das cantoras pop de todos os tempos. Titanic roubou-nos a todos um pedaço importante da nossa vida, 3 horas de vida que poderiam ser a diferença entre uma vida banal e o sucesso. Do que mais me lembro de quando fui ver o filme em 97 foi o desconforto provocado pelas cadeiras, como se se tratasse de uma viagem de barco para a Austrália sem dormir. Um Leonard DiCaprio que só apetece esbofetear e aquela meia hora que realmente interessa a soar demasiado postiça, quando o digitech ainda parecia Lego. Um filme molengão, dengoso, fútil e idiota. James Cameron sabe marketing como ninguém. Um filme onde idosos, senhoras e crianças morrem violentamente afogadas no frígido Atlantico Norte, mas que a censura americana obrigou a cortar uma cena onde 4 pobres cachorrinhos perdiam a vida ao cairem ao mar. Isto diz tudo acerca de uma civilização. Agora sim, o Armagedão será bem vindo. Não o de Michael Bay, o outro…
NOTA: Não tenho visto filmes novos ultimamente, sorry! Comam palha que vos faz bem…
Concordo com o Pretty Woman, é rídiculo pensar que um palerma cheio de dinheiro( e que não sabe o que é uma caixa manual, como a do Lotus) apanhava uma putinha de rua, mesmo uma deslavada Julia Roberts que ainda não sabia usar o corpinho, como no Erin Brokovich. Mais ridiculo ainda é pensar que a levava para um hotel de seis setrelas e não escarafunchava aquilo tudo. Sim, porque putas de rua, do calibre da Julia Roberts, não andam aí aos pontapés. O Titanic tem 3 momentos muito bons, a Kate Winslet, as tetas da Kate Winslet e o barco a ir com o caraças! Mas temos de perdoar o tio Cameron, que ele ainda não sabia o que era o 3D e o Arnold naqueles trapinhos, não devia ficar lá muito sexy, digo eu… o Lost in Translation só o vi no dvd e parei a meio para ir ver o Cinema Paraíso, que estava a dar na rtp2. No Youtube existem compilações melhores das maminhas da Scarlett. E o Bill, bem o Bill anda uma nódoa há já uma porrada de anos. Do Macauley recuso-me a comentar e o Passion é um dos mais rentáveis momentos de sadomasoquismo pagos pela liga ariana de hollywood.
Lol, a questão Titanic é sobejamente conhecida e partilhada por todos: é o filme mais lamechas e amaricado dos últimos 20 anos, e aquela música da Dion até irrita.
pá! gostei do lost in translation. mesmo. bastante, até.
Só não sabia que a Kate Wianlet mostrava as tetas no Titanic!!! Já vou ver 🙂
Havia uma publicidade de uma rádio britânica que (traduzido) dizia o seguinte: “O que afundou o Titanic não foi o iceberg, foi a banda sonora.”
Lost in Translation nunca vi, mas recordações do Bill Murray só mesmo dos Gost Busters… Se bem que foi engraçado revê-lo em Zombieland.
eu não disse que não gostei do Lost in translation, apenas que tinha interrompido a visualização do mesmo, para ver um filme infinitamente superior… mais tarde, voltei a vê-lo na integra… é bom, o Bill tem um bom papel, talvez o melhor que me lembro num registo dramático(melhor só o Razor’s Edge), mas é da Sofia Copolla… e eu ainda não lhe perdi pelas Virgens Suicidas…
Amei o Top 5. Mas olha que eu metia o Danças Com Lobos no 1ºlugar. Não há pachorra para esse filme…
Este top merece, claramente, uma segunda volta!
o Danças com Lobos é um dos meus “guilty pleasures”…
O lost in translation gostei… especialmente pelo local, pois o Japão é um dos meus destinos a explorar…
Lembro-me que deixou uma sensação simpática depois de o ver. Não me lembro de puto… tinha karaoke certo?
Destes todos tenho que dizer que, apesar de tudo, acho o Lost in Translation uma boa hora e meia para passar em frente à TV. Agora o Nº 1 é indiscutivel!!! Só a simples lembrança dele dá-me vómitos incontroláveis… agora peço desculpa que tenho que ir ali ao WC vomitar!
Ahah, só tu e os maravilhosos tops. Arrisco dizer que gostei da banda sonora do Titanic (fora a Celine, como é óbvio..) mesmo que tenha a certeza que amanhã acordo sem cabeça.. Fair?
Foda-se, tenho 3 dos 5 filmes deste top em DVD.
Serei eu digno de continuar a frequentar este sublime antro de maldizer?
Discordo totalmente. Gosto do Pretty Woman, do Home Alone e do Titatic. E não tenho vergonha de admitir!
com o lost in translation não concordo mesmo nada que é um filme que curto milhões. o home alone dá aquela nostalgia de puto (e era consideravelmente pequeno quando o filme apareceu) que poucos fiilmes têm para mim. o passion of christ nunca vi , o pretty woman é merdoso e completamente inverosímil e o titanic é claramente uma bela merda. Embora tenha momentos cómicos como a parte em que o di caprio congela. Aí ri-me que nem um perdido.
Ai está uma sequela que gostava de ver: The Revenge of The Christ
…dá-se! Gosto dos cinco filmes e pela ordem apresentada. O que se passa comigo?…
Isto teve piada! Apesar dos indícios claros de sexismo e especismo estrutural, tem muita graça!!
~ta fuderr home