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Tag: merda

La merde (2014)

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Um brusco tremor e o elevador detém-se. A escuridão rapidamente é substituída por uma tímida luz de emergência que cataliza o incómodo do momento numa das paredes. Quinze dolorosos minutos de silêncio passam e um bater na porta precede as doces palavras de um gentil bombeiro “Esta merda ainda vai demorar. Os gajos da empresa dizem que o contrato de manutenção não cobre intervenções rápidas. Foi o mais barato. Se for preciso mijar, mandamos uma mangueirilha evacuatória.” Estavam presos naquele cubículo um jovem e uma idosa de aspecto bastante carcomido, como se a vida lhe tivesse passado por cima de locomotiva enquanto ela estava amarrada aos carris. Repetidas vezes. Ao dia. “Temos aqui um ligeiro problema”, insinuou a velhota. “Então?” Respondeu o rapaz incapaz de lhe fixar o olhar.  Ela inspira e confessa pesadamente. “Eu tenho uma mutação rara que se não tiver sexo 3 em 3 semanas expludo em merda pelos poros”. O jovem arregala os olhos e sem conter o espanto deixa escapar três onomatopeias imperceptíveis que a velha,estranhamente, parece entender. “É daqui a 30 minutos, olha!”. Virando-se de costas levanta a camisola e expõe o corpo nu. O rapaz continua horrorizado e ela diz “Oops!”, sorri embaraçada e levanta as peles que tapam um contador em contagem decrescente orgânico cravado na própria estrutura anatómica. O mostrador conta “00:00:00:14:36”. Volta a tapar-se e vira-se novamente para ele. “O que quer dizer com explodir em merda pelos poros?” pergunta ele hiperventilante.  “30 segundos antes da explosão sinto uma vibração na coluna. Depois dispo-me e uma reacção fisiológica evacua-me uns bons litros de fezes a alta velocidade. Como um espirro mas com merda a sair pelos poros do corpo todo.” Continua a senhora, aparentemente habituada a explicar o seu caso. “E tem isso desde quando? Consegue sempre ter sexo para evitar esse espirro?” indaga horrorizado o rapaz incrédulo nas suas próprias perguntas. “Tenho há 17 anos e só por duas vezes tive sexo para o evitar. De resto tenho uma sala em casa preparada para que isto aconteça. Coloco-me no centro, expludo em merda pelos poros e um sistema de lavagem automático limpa-me a mim e à sala em 2 ou 3 minutos. Já me habituei. Hoje teria chegado a tempo se não tivéssemos aqui ficado presos.” A suar profusamente, o rapaz analisa a velha de alto a baixo. Era uma visão de hórrida repulsa. Encarquilhada meio elefante em decomposição meio queijo Camembert, parecia ter uma excreção sebácea a escorrer pelas pernas e pescoço. O seu sorriso era como o suave beijo da morte, exalando vapores capazes de anestesiar totalmente um cavalo em pleno vigor. “E agora?” – pergunta a velha – “fodemos ou é para rebentar em merda?”.

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Top 5 “filmes famosos que não valem uma merda”

Todos nós temos que lidar com a existência de filmes no nosso plano dimensional que só por si justificamo fim da liberdade de expressão. Tudo bem, desde que não sejamos importunados por eles. Mas isso era antes. Antes de haver 1382 canais de TV e video on demands e infernais quantidades de conteúdo semelhante a uma lixeira a céu aberto que ejacula milhares de horas de programação de inenarrável fedor para dentro dos nossos lares sem pedir permissão. Elaborei uma lista de 5 desses filmes que toda a gente adora, mas que nos fazem secretamente sentir a gonorreia de mil leprosos a cada vez que os apanhamos num zapping.

5. Pretty Woman (1990)

Um principe encantado dos tempos modernos enamora-se por uma prostituta de rua depois de ter pago uma fortuna para não lhe tocar sequer. Nem uma mamada ou um dedinho curioso… Nada. Quando penso em putas de rua, daquelas que atacam à noite nas avenidas escuras das grandes cidades só me vem à cabeça o seguinte: herpes, gonorreia, sida, cocaína, heroína, toxicodependência, alcoolismo, dentes todos podres, hálito a cadáveres em decomposição desde 1996 e mais três tipos de Sida (daquela que corrói o latex). Daí a dificuldade que tenho em assimilar aquele argumento.

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Over Her Dead Body (2008)

Fez-me lembrar uma vez em que estava em casa e comecei a ouvir uma acesa zaragata na rua. Fui à janela. Lá estavam dois pinguins a fazer aquilo que me pareceu ser uma encenação de “À espera de Godot”, usando sinais de trânsito para simular diálogos. Passados uns momentos apareceu um rabino irado com o facto de um dos pinguins o ter enganado. Parece que lhe serviu uma dose de nariz de porco com coentros e o terá enganado dizendo que era peixe. O rabino, confiante, comeu com deleite. Quando lhe disseram que aquela estranha barbatana parecia uma ficha eléctrica, percebeu que estava a roer um focinho de porco. Má onda… Acompanhado de uns capangas da sinagoga foi tentar apanhar o pinguim. Quando apareceu, o pinguim 1 empunhava uma placa de fim de prioridade que seria a marca do final do 1º acto. O rabino atirou-lhe então o que restava do nariz de porco. Enquanto acendia um cigarro, o pinguim foi atingido no estômago pelo nariz e deixou cair o isqueiro em cima de uma lata de gasolina que servia para queimar uns figurantes no 2º acto. A lata virou-se, espalhando o pânico. Por incrível coincidência, passava o pelotão da volta a Portugal em bicicleta, ladeado por 2 urologistas de mota. Um dos ciclistas incendiou-se, espalhando o fogo pela audiência. Infelizmente, na altura, tinham-me faltado a bateria da máquina fotográfica.

Twilight (2008)

Os filmes da minha adolescência foram maioritariamente slasher movies de extrema violência. Ainda assim já vou com 36 anos e ainda não matei ninguém. Não havia necessidade de proteger as criancinhas das influências satânicas da violência televisiva. A malta sabia que eram apenas filmes. Nos dias de hoje protegemos as nossas crias da nefasta influência da violência mostrando-lhes filmes de vampiros que brilham ao sol, mortos-vivos deprimidos crónicos com paralisia facial e cuja única carne humana que comem é pénis, normalmente de empurrão…

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Knowing (2009)

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Se me fosse dado um tractor carregado de estrume e uma catapulta (propulsora de estrume, obviamente!) e me fosse dito “Rapaz, podes usar esta carga de estrume para metralhar um ecran de cinema durante um filme. Escolhe-o sabiamente, pois só…“. Ainda o agricultor não tinha acabado de falar e garanto-vos que já ia eu a entrar por um cinema Zon Lusomundo adentro com os olhos raiados de sangue, a espumar pela boca e uma carga de estrume prestes a forrar o fronha do Nicolas Cage numa fumegante amálgama de merda de vaca…

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The Day After Tomorrow (2004)

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Em primeiro lugar deixem-me dizer-vos que não sou grande fã destes filmes “bigger than life” de catástrofes. Posto isto, que a matança comece. Este filme lida com uma catástrofe global que se abate sobre o planeta. De um dia para o outro, vindo do nada, uma imensa tempestade arrasa o hemisfério norte. E porquê o hemisfério norte? Porque é uma tempestade com consciência social, de certeza de esquerda, que vem acabar de vez com os porcos imperialistas.

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Shoot ‘Em Up (2007)

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Há 100 anos atrás, uma ideia estúpida era algo que se confinava ao cérebro e boca de quem a tinha. Com o advento do cinema para o povo, foi dado a alguns idiotas a possibilidade de darem corpo às ideias imbecis que outrora lhe valeriam uma justificada morte na fogueira. O idiota que pariu este ignóbil conceito de filme escreveu o guião na parte de trás de uma caixa de fósforos. Passo a transcrever o guião: “Um filmezinho com balázios, perseguições e explosões de principio ao fim. Non Stop. Ah, é verdade, balázios de três em pipa…

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