Cheguei mais cedo a casa. Ainda tinha tempo de ver um filme antes que o infernal furacão de imparável destruição e balbúrdia apocalíptica chamado rotina com crianças tivesse o seu início. Descalcei-me, gritei de dor lancinante e deixei que as lágrimas me escorressem pela cara devido a uma pequena cabeça de Mickey (da Lego) que se tinha acabado de me cortar um tendão e estava agora alojada da parte mais dolorosa do metatarso. Sentei-me, absorvi o sangue com um casaco da Barbie e liguei o meu mediacenter. Corri todos os filmes que me pareceram boa ideia quando os “adquiri”, mas curiosamente nenhum deles me fascinava. Filmes de extraterrestres, violência perfeitamente gratuita, humor negro e ofensivo, pornografia sueca dos anos 60, super-heróis de calcinhas de licra enfiadas no rego, monstros, filmes com acontecimentos de tal envergadura que podem acabar com o mundo (várias vezes) e uma pasta chamada “Corredor da Morte”, onde coloco os filmes até ter coragem para os apagar. Quem diz apagar diz outro verbo qualquer com sonoridade menos ilegal. Bem, carreguei no play em “The Kids Are Alright” e deixei-me embalar pelo confortável ambiente familiar de um lar onde um casal de lésbicas em crise de meia idade tenta salvar a sua tempestuosa relação.
“Lésbicas?”, perguntam vocês em uníssono já com as calças nos tornozelos. Sim, lésbicas, mas isso não interessa nada para aqui. Pelo menos para já. É claro que tem a eternamente sexy Julianne Moore que há-de ter 80 anos e ainda me provocar ereções fulminantes, mas isso são contas de outro rosário.
A história de The Kids Are Allright é simples e banal, coisas que podem ser doces quando bem exploradas cinematograficamente. Um casal de lésbicas tem dois filhos que estão a chegar à idade adulta. Curiosos acerca da sua paternidade, procuram o seu pai biológico nos registos da clínica onde uma das suas mães se deixou inseminar artificialmente. Uma vez descoberta a identidade do pai, há o encontro. Rapidamente se criou um relação de proximidade e a família de 4 passa a incluir o “pai” na sua esfera social. Escusado será dizer que de boas intenções está o céu cheio e quando menos se espera já a Julianne Moore está a experimentar salsichão picante pela primeira vez. Como estas questões de infidelidade nunca correm bem, arma-se uma peixeirada Homérica que acaba em algo que não vou aqui mencionar porque, convenhamos, ninguém gosta de spoilers. Muito menos quando se trata do futuro de uma relação de lésbicas extremamente sensuais e uma delas é a Julianne “hypermegagiganuclearquântica MILF” Moore.
Tecnicamente perfeito, com aquela adorável fotografia hiperrealista de estilo europeu, sabem do que estou a falar. Quando a pele dos personagens parece mesmo pele, com os seus naturais defeitos, as marcas do dia a dia ou da idade. Com as cores verdadeiras. Um história fluida que nunca deixa de nos impressionar com o quanto nos podemos identificar com um casal lésbico.
Estamos perante uma grande obra cinematográfica que tem o dom de nos mostrar que um casal é um conceito universal, seja homossexual ou heterossexual. Os problemas são iguais em todo o lado, seja qual for a orientação sexual, a localização geográfica ou o espaço temporal que habitam. Principalmente a nós, heteros que tendemos a pensar que os casais homossexuais estão presos num loop eterno de enrabanço, de onde só saem para ver musicais do La Féria, aplicar cremes para a hemorródias e comprar roupas de cor Fúchsia em lojas onde não nos apanhavam vivos.
E é isto que queremos num filme, que nos faça perceber coisas, que nos acompanhe muito além do créditos finais, que nos dê referências para conversas de café ou para debates acerca do sentido da vida que nos fazer sentir imensamente pequenos mas com aquela sensação que, pelo menos, não estamos a ver a novela da TVI.
E com isto chego ao assunto central da época, a sex tape do Castelo Branco. Just kidding, vão lá à vossa vidinha que provavelmente ainda estão a fazer a digestão e pedaços de bifana semi-digerido e restos de batatas fritas são coisas que custam a sair dos monitores, já para não falar do cheiro.
Deixo-vos com mais Julianne Moore em todo o seu esplendor sexual. Screencaps tirados do filme.
É o Dr. Banner nas fotos acima? Não está muito verde 😛
foda-se (ou fodasse?), um post num dia bissexto! olha que que…
Fogo… belo texto mesmo e isto lembrou-me que ando mesmo a falhar! Ainda não vi este “Kids Are All Right” e nem o “Chloe”… e não costuma ser hábito passar muito tempo sem ver um filme da eterna MILF Julianne Moore. Ainda há atrasado vi aquele do “Laws of Attraction” (mas este é uma comédia romãntica… ok, eu não tenho vergonha de ver e que se dane o mundo se nas comédia-romanticas as actrizes são sempre mesmo boas…) e espreitei o “Next” que dava na tv.
Tenho ouvido bastante a OST de canções deste filme… mas em o cheguei a ver. Agora não imaginava é que o Ruffalo fazia das dele à Moore… logo ele que foi grandioso com a Meg Ryan (se não ainda hoje nunca teríamos visto a ela umas mamitas e suspiros, apesar de já surgir nos limites do prazo de validade da loira – ainda assim ela sempre soube como se suspira/geme… que o confirme o Billy Crystal!)
Vá… as últimas imagens do posts vão me fazer “perseguir” dois filmes da Moore em falta. Foi uma boa dica o post…
A Julianne Moore já tem idade para ser minha avó, mas mesmo assim… fap fap fap
Já vi. Não achei nada de especial. Porém, na mesma noite em que vi esse que tem como uma das protagonistas a Juliane Moore, vi de seguida outro dela em que também se envolve com uma gaja. O nome do filme não sei, mas depois percebi que era a versão americana de um filme francês, com diálogos quase identicos. Deste filme gostei, ela era esposa do Ralph Pheines (mal escrito, eu sei) e queria saber se ele lhe era infiel, então contrata uma miúda gira que diz que vai para a cama com ele e lhe relata cada detalhe.
PS: A bem da verdade comecei a ver o filme quase a meio, estava uma a desentender-se sobre outra e depois encontrou cabelos desta no ralo do banheiro daquele que era o pai dos filhos… E acaba sempre de uma forma tão americana! É o cor-de-rosa dos finais felizes…
Apanhei-me a rir fácil em diversas partes do filme. Valeu o tempo investido.